Preso no AC, ex-fuzileiro naval procurado por roubo no ES pede para não ser transferido


Erasmo Alves estava foragido da Justiça desde 2017 e foi preso em Rio Branco nessa quarta-feira (9) no Conjunto Tangará. Defesa nega que ele estivesse foragido, mas sim cumprindo pena em regime aberto por crimes cometidos nos anos 1990. Ex-fuzileiro naval é preso em Rio Branco, capital do Acre
A defesa do ex-fuzileiro naval Erasmo Sérgio Alves, mais conhecido como “Frankenstein”, de 52 anos, entrou com um pedido para que ele cumpra pena no estado do Acre e não seja transferido para o Espirito Santo, onde era procurado por roubo a agências bancárias.
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Foragido da Justiça desde 2017, Alves foi preso pela Polícia Civil em Rio Branco no dia 9 de abril.
Após a prisão, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que iniciou as tratativas com a administração prisional do Espirito Santo para que ele fosse transferido, mas ainda aguardava uma ordem judicial, que, até este sábado (19), não foi emitida.
De acordo com a advogada Monique Pereira Volff, que está na defesa de Alves, seu cliente construiu uma vida em Rio Branco, e por isso não deseja ser transferido. Ela nega que Alves estivesse foragido no Acre, mas sim cumprindo pena em regime aberto por crimes cometidos nos anos 1990.
“O senhor Erasmo, construiu sua vida em Rio Branco, onde vive há anos de forma tranquila e vinculada à comunidade local. É verdade também que ele manifestou o desejo de cumprir qualquer obrigação legal restante no Acre, onde possui laços familiares e de amizade. Ressaltamos que ele não apresenta periculosidade e não integra nenhuma organização criminosa”, informou ao g1.
Prisão
Segundo a Polícia Civil, ‘Frankenstein’ utilizava identidade falsa
Reprodução
A prisão foi possível após a polícia do Espírito Santo fazer contato com a Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) avisando que Erasmo Alves estava escondido no Acre há anos. Ele morava em uma casa de luxo no Conjunto Tangará, se apresentava como empresário e se identificava como Gustavo Sérgio Alves.
O delegado titular da Denarc, Saulo Macedo, explicou que Erasmo já foi condenado a mais de 60 anos de prisão, em penas somadas. Ele tinha dois mandados de prisão em aberto.
Operação da Denarc ocorreu nessa quarta-feira (9) na Estação Experimental, em Rio Branco
Reprodução/Polícia Civil
“A ação é resultado de troca de informação com a Delegacia de Repressão ao Narcotráfico do Espírito Santo. Descobrimos que tinha uma pessoa foragida de lá aqui em Rio Branco que tinha uma vida pacata, mas tem uma ficha criminal muito extensa. Ele tinha um padrão aquisitivo muito alto, incompatível com uma pessoa foragida”, destacou.
Ainda segundo o delegado, o criminoso desenvolveu algumas atividades no ramo de automóveis na capital acreana. Segundo as investigações, após sair da Marinha, ele passou a treinar comparsas do tráfico.
A inteligência da Polícia aponta que Erasmo Alves era era peça-chave no tráfico interestadual, inclusive transportando drogas para o Espírito Santo. “Além de se esconder aqui em Rio Branco, ele também continuou mantendo atividades criminosas, inclusive, com o tráfico de drogas”, concluiu.
Operação
A prisão do ex-fuzileiro naval contou com a apoio de um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e equipes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE).
Além de assalto a bancos, o acusado tem passagem pela polícia por homicídios, sequestros e tráfico de drogas. Conforme a polícia, ele chegou a ser condenado por roubar dinheiro de uma agência da Caixa Econômica Federal.
Erasmo Alves usava nome falso e se apresentava como empresário em Rio Branco
Reprodução/Polícia Civil
“O Ciopaer monitorou tudo do alto. A operação tira de circulação uma pessoa de alta periculosidade. Graças ao planejamento realizado, ele até tentou se evadir, mas foi logo contido pelos policiais”, exemplificou o coordenador da Divisão Especializada de Investigações Criminais Especiais (Deic), delegado Pedro Paulo Buzolin.
Na casa, a polícia apreendeu a documentação falsa utilizada pelo acusado, entre documentos de identificação, carteiras de vacina, cartões de banco, dentre outros. “Tinha diversas contas bancárias, apreendemos diversos cartões de crédito e vamos dar continuidade às investigações para comprovar outros delitos, inclusive lavagem de capital”, confirmou.
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