Tubarão-seda regenera 87% da nadadeira e surpreende pesquisadores


Primeiro flagrante de regeneração da espécie aconteceu na cidade de Júpiter, na Flórida. Esse tubarão-seda levou 332 dias para regenerar a nadadeira a 87% do tamanho original.
Josh Schellenberg e John Moore
Pela primeira vez, pesquisadores observaram um tubarão-seda (Charcharhinus falciformis) que conseguiu regenerar parte de sua nadadeira cortada por humanos. O fato ocorreu na cidade de Júpiter, no estado da Flórida, nos Estados Unidos.
O animal foi fotografado por mergulhadores algumas semanas após a colocação de uma etiqueta satélite no ano de 2022, para um estudo que visava monitorar a rota de migração da espécie na região.
Após 332 dias, ele foi encontrado novamente, dessa vez pelo mergulhador local John Moore. Por meio de um software de imagem foi possível medir o tamanho da nadadeira da primeira foto e compará-la ao tamanho de 2023, mostrando um aumento de mais de 10% no membro.
A autora do estudo, Chelsea Black, da Universidade de Miami, conta que a regeneração da nadadeira dorsal foi documentada apenas uma outra vez em um tubarão-baleia no Oceano Índico, em 2006.
“Por ser a segunda vez que a regeneração da nadadeira dorsal foi observada em qualquer espécie de tubarão, agora sabemos que várias espécies podem regenerar nadadeiras dorsais. Os tubarões são curadores incríveis, e isso nos fornece mais uma peça do quebra-cabeça sobre o quão resilientes eles realmente são”, explica.
Os tubarões-seda ocorrem em todo o mundo, mas na Flórida do Sul, são conhecidos por se reunirem ao largo da costa de Jupiter, nos meses de verão.
maria_rodsalinas / iNaturalist
Além disso, os tubarões são documentados como “curadores rápidos” e podem se recuperar de lesões traumáticas em questão de semanas.
Segundo a pesquisadora, esse tubarão-seda levou 332 dias para regenerar a nadadeira a 87% do tamanho original e afirma que isso provavelmente continuará crescendo ao longo do próximo ano e pode atingir 100%.
Chelsea conta que inicialmente estava estudando este tubarão específico para rastrear suas rotas de migração e não esperava fazer nenhuma descoberta acidental.
Esses indivíduos passam a maior parte do tempo em águas profundas.
susannespider / iNaturalist
“Estou orgulhosa de contribuir para o pouco conhecimento que temos sobre a regeneração de nadadeiras em tubarões e documentar as primeiras taxas de cicatrização para esta espécie”, comenta.
De acordo com a pesquisadora, se o tubarão for visto novamente em Júpiter, no verão de 2024, será feita uma análise para comparar sua nadadeira dorsal com o ano anterior e avaliar o progresso.
Tubarões podem se recuperar de lesões traumáticas em questão de semanas.
craigjhowe / iNaturalist
A espécie
Os tubarões-seda ocorrem em todo o mundo, mas na Flórida do Sul, são conhecidos por se reunirem ao largo da costa de Júpiter, nos meses de verão. Os padrões de migração da espécie durante o resto do ano ainda são um mistério.
Esses indivíduos passam a maior parte do tempo em águas profundas, como o mar aberto e recifes de águas profundas, mas retornam para águas e recifes mais rasos a fim de se alimentar e se reproduzir.
A espécie tem uma excelente audição, o que facilita a caça das presas. São animais curiosos, rápidos e agressivos quando caçam.
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