Como é organizar um bloco? Apaixonados pelo carnaval explicam

Organizadores falam sobre legalização, logística e orçamento para levar o carnaval para as ruas do Rio. Bloco de rua é coisa séria no Rio
Os blocos de carnaval atraem milhares de pessoas todos os anos para as ruas do Rio. Mas o que muita gente não faz ideia é a trabalheira que dá para organizar e manter um bloco. Por trás da diversão e festa tem muito profissionalismo.
“A gente tem aqui copos, bonés e camisas de shows. A gente faz shows para arrecadar dinheiro”, diz a professora e fundadora do Bloco Areia, Teresa Cristina Barros Mais.
Apaixonada por carnaval, ela trabalha na sala de casa durante as férias escolares para conseguir desfilar.
A paixão é contagiante e a família inteira se junta num bloco de trabalho.
“A logística do bloco somos nós três juntos. Meu pai fica com mais com a parte de legalização e documentação, e minha mãe ajuda muito na parte de logística, de camisa, e a parte de orçamento”, diz Guilherme Barros Macedo Lima, que também trabalha no Bloco Areia.
O pai, Eduardo Macedo Maia, é responsável por contratar os músicos, cantores e seguranças.
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No primeiro desfile, em 2003, eram cerca de 100 foliões construindo a história do bloco. Vinte e um anos depois, o Areia leva uma multidão para as ruas, além de 30 pessoas na bateria e 50 no apoio.
Há 40 anos, o jornalista Henrique Brandão fundou e se dedica ao Simpatia é Quase Amor, um dos blocos mais tradicionais do Rio. “A minha responsabilidade é no chão do desfile.”
No começo eram 300 foliões. Hoje, são só 300 profissionais para que o desfile do Simpatia aconteça.
Trabalhar pelo bloco é compromisso sério e apaixonante. Fazer com que tudo dê certo num evento para milhares de pessoas exige pensar sempre de forma coletiva e para isso, os blocos se unem.
A Sebastiana é uma das várias entidades que ajudam a organizar os blocos do Rio. Tem 14 blocos envolvidos.
“A Sebastiana é a liga dos blocos da Zona Sul e de Santa Teresa. É uma liga que foi criada pelos blocos pioneiros da retomada do carnaval da Zona Sul do Rio.”
Enquanto os blocos são pensados e produzidos, nas ruas da cidade uma transformação vai acontecendo, com cercados, banheiros químicos e toda uma estrutura.
“O bloco não é uma bagunça. Pode até dar a impressão, porque tem muita gente, todo mundo brincando, mas por trás disso tem uma estrutura que demanda tempo e recursos”, fala Henrique Brandão.
Em 2024, são 453 desfiles autorizados na cidade do Rio.
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