CEO da Suzano reconhece efeitos das tarifas dos EUA, mas destaca força competitiva da empresa

Durante participação no 11º Annual Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI em São Paulo nesta terça-feira, 8, o CEO da Suzano, João Alberto Abreu, afirmou que o setor de celulose deverá sentir os efeitos da guerra comercial nas negociações de preços. Após três aumentos consecutivos no início de 2025, ele acredita que a empresa enfrentará um cenário mais desafiador com seus clientes. “No curtíssimo prazo é normal que haja uma certa desaceleração nas negociações, até cada um ver o que vai acontecer”, afirmou.

Apesar do contexto de incerteza, Abreu demonstrou confiança na posição da companhia no mercado global. “Eu vejo a Suzano em uma posição privilegiada. Em uma situação de maior tensão, temos uma posição competitiva robusta”, declarou.

Segundo o executivo, a China representa 40% da exposição da empresa no mercado de celulose, enquanto Estados Unidos e Europa detêm cerca de 20% cada. Ele destacou que o país asiático pode ser beneficiado por novos pacotes de estímulo ao consumo, atualmente em discussão. “Eu não apostaria contra a China. Eles têm um plano de crescimento, de crescer 5% e acredito que possuem muitas ferramentas para continuar buscando esse crescimento”, disse.

Ainda em relação à China, Abreu não descartou uma aproximação maior com o mercado local. A Suzano estuda a possibilidade de transferir parte de sua dívida para a moeda chinesa, aproveitando o custo de capital mais atrativo.

 

TARIFAS DE TRUMP E PRÓXIMOS PASSOS

A Suzano foi uma das dez empresas que mais perderam valor de mercado após o anúncio de novas tarifas por parte do presidente norte-americano Donald Trump, com uma desvalorização de cerca de R$ 3,6 bilhões. Abreu atribui essa queda à percepção de risco e à possibilidade de desaceleração econômica global. “A primeira preocupação para nós é uma eventual recessão. Há previsões de retração de 1% e isso reduz a demanda de todos os mercados. Precisamos olhar para o impacto nos nossos clientes, principalmente chineses e europeus”, afirmou.

O CEO ressaltou que o momento exige cautela na alocação de capital e que entender o equilíbrio entre oferta e demanda será essencial para as decisões futuras da companhia. Em uma análise de médio e longo prazo, Abreu vê maior potencial de crescimento para a celulose de fibra curta em comparação à fibra longa. “Eu vejo a fibra longa de alguns mercados fora do Brasil atuando mais em nichos e isso abre oportunidades para a fibra curta”, explicou.

Mesmo diante das tensões geopolíticas e econômicas, o executivo reforçou a confiança no desempenho da Suzano. Segundo ele, a empresa conta com um portfólio capaz de gerar caixa mesmo em cenários de alta volatilidade nos preços.

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