MPF denuncia empresário e mais cinco por invasão na PF para queima de helicóptero do Ibama em Roraima


Empresário garimpeiro Rodrigo Cataratas e os outros envolvidos são suspeitos de invadir o pátio da Polícia Federal em Boa Vista para incendiar um helicóptero do Ibama, além de queimar uma viatura do Instituto em retaliação às ações de combate ao garimpo ilegal. Empresário Rodrigo Martins de Mello, o Rodrigo Cataratas
Reprodução/Rede Amazônica/Arquivo
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o empresário pró-garimpo Rodrigo Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, e mais cinco pessoas pelos crimes de dano contra o patrimônio de órgãos de fiscalização ambiental. O grupo é suspeito de atear fogo em um carro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e invadir o pátio da Polícia Federal para incendiar um helicóptero do Instituto. Os crimes aconteceram em setembro de 2021, em Boa Vista.
O g1 procurou a defesa do empresário, mas não obteve retorno até a última atualização dessa reportagem.
Segundo a denuncia do Ministério Público, Rodrigo Cataratas incentivou e financiou as “práticas delituosas”, que foram executadas pelos outros cinco investigados. As investigações apontam que os atos foram planejados em um grupo de WhatsApp com mais de 100 integrantes.
A denuncia, feita por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gageco-MPF), foi enviada à 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Roraima no dia 19 de janeiro deste ano.
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Investigados são suspeitos de tentar atear fogo em um helicóptero do Ibama, em RR
PFRR/Divulgação/Arquivo
Os investigados são suspeitos de participarem da destruição de uma caminhonete no pátio do Ibama, localizado no bairro Aeroporto, zona Norte da capital, no dia 7 de setembro de 2021.
Na manhã do dia seguinte, servidores do Ibama encontraram carotes com combustíveis próximos aos veículos estacionados no local. Um laudo confirmou que o material era compatível com gasolina.
A perícia concluiu que o incêndio foi provocado “por ação humana, com a utilização de gasolina para início do fogo e que houve risco à integridade física do vigilante do Ibama”, que poderia ter sido atingido pelo fogo, caso as chamas se propagassem pelo local, segundo a denúncia.
O grupo também é suspeito de invadir a Superintendência da Polícia Federal em Boa Vista e tentar atear fogo em um helicóptero do Ibama utilizado na repressão de crimes ambientais. O caso ocorreu no dia 12 de setembro de 2021, cinco dias após a destruição do carro do Instituto.
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No dia 23 deste mês de janeiro, a Polícia Federal indiciou o empresário e outras seis pessoas pelos crimes de destruição e tentativa de destruição dos bens da União e por associação criminosa. Segundo a PF, eles ocorreram em retaliação às ações de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, realizadas entre os dias 26 de agosto e 7 de setembro de 2021.
As investigações apontam que eles foram idealizados e apoiados em um grupo de WhatsApp com mais de 100 integrantes. Entre eles está o empresário, com pelo menos outras dez passagens pela polícia, suspeito de financiar os atentados, de acordo com as investigações.
Em 2022, a PF apontou que os crimes tinham ligação com Rodrigo Cataratas. A suspeita era de que os atentados seriam uma represália à Operação Yanomami, coordenada pelo Ministério da Justiça, que apreendeu seis helicópteros de Cataratas e prendeu duas pessoas ligadas à empresa dele.
Rodrigo Cataratas
O empresário Rodrigo Martins de Mello, de 46 anos, é investigado pela Polícia Federal por suspeita de dar apoio à exploração ilegal de minérios, principalmente ouro e cassiterita, na Terra Indígena Yanomami.
Rodrigo Cataratas, como é conhecido em Boa Vista, é um um dos maiores defensores do garimpo no estado, é um dos líderes do “Movimento Garimpo é Legal”, e foi candidato a deputado federal pelo PL, mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele nega as acusações da PF.
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