Assembleia Legislativa abre investigação para apurar nomeação de Fred Rodrigues a cargo que exigia diploma


Fred Rodrigues assumiu o cargo de diretor de promoção de mídias sociais na Alego informando que era formado em Direito, após ter seu mandato de deputado estadual cassado. Fred Rodrigues (PL), candidato à Prefeitura de Goiânia
Wesley Costa/O Popular
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) abriu um procedimento para investigar a nomeação de Fred Rodrigues a um cargo que exige diploma universitário. Segundo a assessoria da Alego, uma comissão foi montada para apurar o caso e o prazo para a análise é de 30 dias.
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O g1 entrou em contato com a equipe de Fred Rodrigues para pedir um posicionamento sobre o caso, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem.
A ausência de diploma do candidato à Prefeitura de Goiânia pelo Partido Liberal (PL) veio à tona após uma denúncia detalhando que Fred teria mentido à Justiça Eleitoral ao afirmar ser bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). A informação constava, inclusive, no portal da Justiça Eleitoral.
Fred Rodrigues assumiu o cargo de diretor de promoção de mídias sociais na Alego informando que era formado em Direito, após ter seu mandato de deputado estadual cassado.
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Fred obteve o cargo por nomeação do presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto (União Brasil). No entanto, as regras determinam que esse cargo exige nível superior completo, e, na ficha cadastral preenchida, Fred declarou que havia se formado em Direito pela PUC-GO em 2010 (veja imagem abaixo).
Ficha cadastral de vaga na Alego preenchida por Fred Rodrigues
Documento obtido por Fabiana Pulcineli/O Popular
Falta de diploma
A Superintendência da Polícia Federal em Goiás recebeu, na última quarta-feira (23), uma notícia-crime contra o candidato por falsidade ideológica. A denúncia foi protocolada pela coligação “União por Goiânia”, do candidato adversário Sandro Mabel (União Brasil), com base no artigo 350 do Código Eleitoral, que tipifica como crime a inserção de dados falsos no sistema eleitoral para disputa de campanha política.
A partir de uma Ação Tutelar, o Ministério Público Eleitoral solicitou à PUC-GO que apresentasse informações sobre o fato e a universidade respondeu que Fred nunca finalizou o curso de direito e que a matrícula dele foi desativada em 2013, ou seja, há mais de dez anos.
No documento ao qual a TV Anhanguera teve acesso, a PUC-GO detalha que Fred entrou no curso de direito em 2004, transferido de outra faculdade. Ele não concluiu a grade do curso porque faltaram 200 horas complementares, que são obrigatórias.
Por fim, a universidade declarou que nunca expediu diploma de curso superior em direito para Fred Rodrigues e que o candidato não colou grau em direito lá e nem pediu transferência para outra instituição de ensino superior.
Fred Rodrigues é denunciado por suspeita de falsidade ideológica após mentir que se formou
Durante debate do jornal O Popular realizado nesta quarta-feira (23), Fred se defendeu dizendo que houve uma falha no momento de prestar essa informação à Justiça Eleitoral. O candidato também afirmou que sempre deixou claro que não tinha colado grau.
“Só confirmou que eu sempre disse, eu não colei grau. Se eu não colei grau, eu não tenho diploma, eu só me formei nas matérias e sempre me posicionei assim, inclusive, o erro que foi registrado sobre o nosso registro de candidatura, preenchido pela nossa equipe, ali na correria, já foi pedido para ser retificado, ele vai ser retificado”, declarou.
Mas durante uma entrevista à própria emissora de televisão da PUC-GO, Fred diz que é formado em direito. “Agradeço o espaço à PUC-GO, minha universidade, onde me formei em direito. Muito feliz em estar de volta”, afirma.
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