Qual é o coletivo de livros?

Qual é o coletivo de livros?Taís Ilhéu

Sabia que existem duas palavras que podem ser utilizadas para o coletivo de livros? Elas são “biblioteca” e “acervo”. Qual usar? Vai depender do significado que você quer dar e do contexto.

“O termo mais comum é ‘biblioteca’, que não só dá nome a um local, mas refere-se a uma coleção que, no caso, seria a de livros. Já, ‘acervo’ é usado para designar um conjunto de livros ou obras de uma coleção específica”, explica Laura Vecchioli do Prado, coordenadora de literatura e informativos da SOMOS Literatura. Mas a especialista lembra que as duas palavras também podem ser empregadas para outros tipos de seleções, como músicas, obras de arte ou documentos.

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E a palavra “livraria”? Algumas pessoas podem se confundir, achando que essa palavra é também coletivo de livros. Mas não. Livraria é o estabelecimento comercial onde livros estão à venda.

De onde vêm essas palavras?

A professora Laura conta que a origem da palavra “livro” é curiosa e vem do latim “liber”, que originalmente se referia à parte interior da casca das árvores, usada como material para escrita, antes da invenção do papel.

Já a palavra “biblioteca” tem raízes gregas com a junção de “biblion” (livro) e “théke” (depósito, lugar onde algo é guardado). A palavra foi adaptada ao português através do latim “bibliotheca”.

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“Acervo” vem do latim “acervus”, que significa “monte” ou “grande quantidade de algo”, aplicado ao conjunto de livros e outras coleções.

Exemplos do dia a dia

  • A biblioteca digital da universidade tem uma coleção variada, com livros sobre história, ciência e literatura.
  • Tenho uma pequena biblioteca em casa, com obras de aventura e romances.
  • O acervo do jornal inclui edições de publicações raras.
  • O autor doou seu acervo pessoal para uma fundação que preserva obras raras.

Exemplos na literatura

Na crônica “A Biblioteca”, Lima Barreto conta sua experiência ao visitar uma biblioteca, destacando a relação dele com o espaço e com os livros.

“[…] A velha biblioteca era melhor, mais acessível, mais acolhedora, e não tinha a empáfia da atual. Mas, assim mesmo, amo a biblioteca e, se não vou lá, leio-lhe sempre as notícias. A estatística dos seus leitores é sempre provocadora de interrogações. Por exemplo: hoje, diz a notícia que treze pessoas consultaram obras de ocultismo. Quem serão elas? Não acredito que seja o Múcio. O antigo poeta é por demais sabido, para consultar obras de sua profissão […]”.

Na crônica “A bolsa e a vida”, Carlos Drummond de Andrade usa o termo “acervo” de uma forma mais ampla, além dos livros:

“Bem, não continha artefatos de couro, metal ou pedra, reveladores de hábitos tribais ainda não estudados; não deslumbrava pela magnificência dos artigos de toalete nem encerrava crimes e paixões em objetos simbólicos. Eis, honestamente, o seu acervo:

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2 batons; 1 lápis para cílios; 1 escovinha idem; 1 espelhinho; 1 trousse folheada a ouro; 1 pente; 2 grampos; 1 vidrinho de Nuit de Longchamp; 1 sabonete de papel; 1 lencinho branco; […]”.

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