Cursos a distância e presenciais já têm quase o mesmo número de alunos


Segundo dados do Censo da Educação Superior, dos 9,9 milhões de alunos, quase 5 milhões estudam na frente de um computador. Procura por cursos online no Brasil está quase igualando por cursos do ensino presencial
A procura pela educação a distância no Brasil está quase igualando o número de cursos online aos do ensino presencial.
Para realizar o sonho do ensino superior, Jamilly Vargas e o Jefferson Figueiredo encontraram caminhos diferentes. A Jamilly faz o curso de Educação Física de forma presencial no Rio.
“No online eu não tinha isso. Então, foi uma coisa que eu comecei a vivenciar mesmo a Educação Física. A pegar no aparelho, a ver palestras… Então, acabou que eu entrei mesmo no meio acadêmico quando eu comecei no presencial”, conta Jamilly.
O Jefferson mora a 80 km da capital e acorda todos os dias às 3h para trabalhar. A graduação à distância foi a opção viável.
“O sonho da minha vida foi sempre ser professor. O que que o EAD fez? O EAD me deu essa oportunidade de eu ser professor, de eu estudar, estando longe”, diz Jefferson, estudante de História.
Cursos a distância e presenciais já têm quase o mesmo número de alunos
Jornal Nacional/ Reprodução
Os dados do Censo da Educação Superior mostram que fazer uma graduação diante das telas já é quase tão comum no Brasil como frequentar as aulas presencialmente. Dos 9,9 milhões de alunos, quase 5 milhões estudam na frente de um computador. Os cursos de ensino a distância aumentaram bastante nos últimos anos. A diferença entre os dois grupos é de apenas 150 mil matrículas.
Cláudia Costin, especialista em educação, afirma que a facilidade do acesso precisa vir acompanhada de qualidade.
“É muito importante que essa organização que tenha curso a distância tenha tutoria online, não só a aula online, que não seja entrega de um PDF, de um texto escrito, para se ler no celular, como infelizmente aconteceu em alguns casos”, afirma Cláudia Costin, ex-diretora Global de Educação do Banco Mundial.
No curso de Pedagogia, o aprendizado remoto correspondeu a 90% das novas matrículas em 2023. O que, para Priscila Cruz, presidente da organização Todos pela Educação, é um sinal de alerta.
“A gente está formando no Brasil professores para atuarem na sala de aula, para terem um contato humano, para reproduzirem também a sua experiência de sala de aula no futuro, com uma formação absolutamente insatisfatória, incompleta, que é aquela que é feita 100% a distância. Então, a gente precisa melhorar essa situação. Não tem como a gente formar professores no Brasil a distância e querer que depois a gente tenha uma educação de qualidade na educação básica”, afirma Priscila Cruz.
“Nós queremos dar direito àquela pessoa que mora em um município distante e que não teria de outra maneira chance de acesso ao ensino superior de continuar sua escolaridade, mas a gente quer que tudo isso aconteça com qualidade”, diz Cláudia Costin.
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