Homem é morto pela PM após tentar suicídio e ser salvo pelos pais em Florianópolis: “Pra matar”

Um homem de 31 anos foi morto pela PM (Polícia Militar) no bairro do Rio Vermelho, em Florianópolis, na manhã desta quinta-feira (17). A família relatou que Guilherme Jockyman estava em surto e foi atingido por dois tiros no peito.

A família assistiu em desespero enquanto o Samu tentava reanimar Guilherme, morto pela PM – Foto: Acervo pessoal/ND

“Tudo aconteceu muito rápido”, conta o irmão mais novo Arthur, de 23 anos, ao ND Mais. A família é natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e mora em Florianópolis desde 2022.

Ele relata que Guilherme tentou cometer suicídio com facas e medicação, mas foi contido pelos pais. A família não conseguiu segurá-lo dentro de casa e ele saiu para a rua por volta das 5h da manhã.

A irmã Cássia, de 29 anos, ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e foi orientada a acionar a polícia, visto que Guilherme apresentava risco à própria vida.

Assim que a Polícia Militar chegou ao local, disparou contra a vítima. Guilherme caminhava em direção à guarnição quando foi atingido duas vezes no peito, a apenas 100 metros de sua casa.

“Ele andou em direção à PM e eles mandaram se abaixar, então atiraram duas vezes contra o peito. Não foi um tiro nas pernas, para impedi-lo de caminhar. Foram dois tiros para matar”, afirma o irmão Arthur, em choque.

“Ninguém tentou agredir a polícia, nem o meu irmão. Ele só estava caminhando na rua, em direção à PM”, completa.

Homem morto pela PM era pai e fez aniversário na véspera

Morto pela PM na manhã desta quinta-feira, Guilherme Jockyman deixa uma filha de 5 anos – Foto: Acervo pessoal/ND

Outras quatro guarnições chegaram no local depois dos disparos. O Samu também chegou e tentou reanimá-lo, sem sucesso. O óbito de Guilherme Jockyman foi constatado na hora.

A família ressalta que ele não estava armado no momento da abordagem. O homem morto pela PM deixa uma filha de 5 anos. A menina mora com a mãe e não presenciou o ocorrido.

Guilherme fazia tratamento psicológico e tomava remédios controlados para depressão e ansiedade, mas os familiares garantem que ele nunca representou um perigo a ninguém. Eles pretendem registrar uma denúncia ainda nesta quinta-feira.

Câmera de vizinhos registrou a ação da PM

Os vizinhos da família testemunharam o momento em que Guilherme foi morto pela PM e cederam o vídeo gravado pelas câmeras de segurança. O registro mostra a chegada da guarnição na rua.

A PM mandou Guilherme se deitar e atirou em seu peito quando ele não obedeceu – Vídeo: Acervo pessoal/ND

No início do vídeo, é possível escutar os gritos de Guilherme. O pai da família exclama “pelo amor de Deus, corre”. Após os disparos, a mãe também grita.

Segundo a família, ele não tinha passagens pela polícia. O ND Mais procurou a PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), que não ainda não se pronunciou sobre o caso até o momento desta publicação.