Moradora de Santa Bárbara d’Oeste relata espera desde 2021 por exame na região do útero


Vendedora Cristina Sachetto diz conviver com a dor e relata que o procedimento foi adiado por causa da quebra de equipamentos necessários. Departamento Regional de Saúde diz que há 25 pacientes em fila. Pacientes reclamam de fila de espera para exame ginecológico em Campinas
Uma moradora de Santa Bárbara d’Oeste (SP) relata que espera desde dezembro de 2021 pela realização de um exame de imagem na região do útero. Ela está na fila de espero do Hospital Regional de Piracicaba, que afirma que há 25 pessoas aguardando o procedimento.
A esteroscopia é um procedimento que ajuda os médicos a analisarem o útero através de imagem e garante mais precisão no diagnóstico do que através de ultrassom.
“A importância dele é que eu consigo olhar melhor esse endométrio. O ultrassom transvaginal, a ressonância magnética da pelve, ela tem algumas limitações na avaliação imaginológica. E na histeroscopia você olha real essa parte. Então, o exame ele é um pouquinho mais aprofundado”, explica a ginecologista Karen Morelli Soriano Costa.
A vendedora Cristina Sachetto, de 56 anos, trata complicações no útero e ovário desde 2020 e já passou por uma cirurgia em Santa Bárbara. Ela recebeu o pedido de exame em 8 de dezembro de 2021.
“Até dezembro deste ano, ninguém tinha me procurado [para a realização da histeroscopia]. Aí, eu fui atrás para saber o que estava ocorrendo. E eles falaram que eu estava na fila porque depende da liberação do governo do estado, porque não é feito pela Prefeitura de Santa Bárbara”.
Ela conta que quando conseguiu a primeira data para o procedimento, não deu certo.
“Quando foi dia 13 de dezembro, o pessoal do Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher ) de Campinas entrou em contato comigo me ligando, falando que estaria alterando os meus exames para o dia 5 de março deste ano porque todos os aparelhos que eles têm, que são três, tinham quebrado”, acrescenta.
Cristina Sachetto espera pelo exame desde 2021
Reprodução/ EPTV
A ginecologista explica que, além de fazer o diagnóstico na hora do procedimento, o médico também pode tratar o paciente fazendo a retirada de fragmentos do útero. Por isso, a histeroscopia só pode ser feita por um médico e, na maioria das vezes, dentro do hospital.
“A gente indica a histeroscopia sob duas vertentes: a vertente de exame e a vertente cirúrgica. Então, eu posso simplesmente fazer um diagnóstico através desse procedimento e eu posso já tratar. Enquanto tratamento, você já pode aproveitar e tratar aquilo que está infringindo aquela pessoa”, acrescenta a ginecologista.
O procedimento de Cristina foi reagendado para março deste ano. Depois de veiculação de reportagem sobre seu caso pela EPTV, afiliada da TV, ela conta que recebeu a informação de que o procedimento foi adiantado para a próxima terça-feira (30).
Enquanto isso, ela relata que convive diariamente com a dor.
“Parece como se entrasse uma faca lá dentro e torce. É uma dor terrível. Só quem tem sabe realmente o que é”.
Histeroscopia é um exame de imagem da região do útero
Reprodução/ EPTV
Consequências à saúde
A espera dos pacientes pode trazer consequências para a saúde.
“Principalmente o sangramento, consequentemente uma anemia. É raríssimo uma porcentagem desse pólipo malignizar. É muito comum nas mulheres, principalmente 40+, que é onde a gente indica esse exame, a gente encontrar diversas patologias endometriais. Cabe, claro, diagnóstico de câncer de endométrio, ou do pólipo maligno, mas ele é a última classificação. Tem um monte de coisas antes disso”, acrescenta a ginecologista.
Como esse exame é regulado pelo estado, quem faz esse encaminhamento é o Departamento Regional de Saúde (DRS). No caso de Santa Bárbara, é o DRS de Piracicaba, que informou à EPTV que tem uma demanda na região de 25 pacientes aguardando para a realização desse exame.
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