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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), como nova ministra das Relações Institucionais. A deputada federal, conhecida por sua defesa de políticas econômicas intervencionistas, assume a responsabilidade de conduzir as negociações entre o governo e o Congresso, que atualmente possui maioria conservadora. A nomeação ocorre em meio a uma reforma ministerial promovida por Lula, que enfrenta queda em sua popularidade, e substitui Alexandre Padilha, recentemente designado para o Ministério da Saúde.
Analistas de mercado apontam alguns riscos da nomeação de Gleisi, que incluem o desembarque antecipado de aliados, a ampliação do isolamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a dificuldade na aprovação de projetos de interesse do governo no Congresso e um cenário de reeleição de Lula mais distante. A consultoria Fatto Inteligência Política, em relatório assinado pela analista sênior Mariana Londres, prevê um enfraquecimento do governo, com o centrão assumindo o comando via Congresso, de forma semelhante ao que ocorreu no final do governo Bolsonaro. “O mais provável de acontecer é um governo sangrando, o centro comandando via Congresso, como ocorreu no final do governo Bolsonaro, até que todos entrem no modo eleições de 2026”, aponta o relatório assinado por Mariana.
Por outro lado, a Fatto destaca um fator positivo na recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou inconstitucional a PEC das Bondades do governo Bolsonaro, impedindo a aprovação de pacotes de gastos semelhantes aos de 2022. A consultoria avalia que essa medida reforça o entendimento de que 2025 poderá antecipar diversas iniciativas destinadas a elevar a popularidade do governo no curto prazo.
A nomeação de Gleisi Hoffmann também intensifica o isolamento de Fernando Haddad dentro do governo. O ministro da Fazenda, que defende uma abordagem fiscal mais moderada, tem enfrentado resistência de aliados próximos a Lula, que se opõem a medidas de austeridade. A recente reforma ministerial fortaleceu um grupo de assessores próximos ao presidente que divergem de Haddad, incluindo o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Esse cenário aumenta os temores de que o governo possa adotar uma postura econômica mais populista, especialmente diante da inflação crescente e da queda na aprovação popular.
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