Transou sem camisinha no carnaval? Saiba como se prevenir e onde fazer teste para ISTs no Recife e em Olinda


No carnaval, cidades terão pontos de testagem rápida de HIV, sífilis e hepatites B e C. Pessoa entregando preservativo para outra
Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde
O carnaval é um período em que as pessoas aumentam o consumo de álcool e outras substâncias e, com isso, aumentam as chances de acontecer sexo desprotegido. Para além do risco de engravidar, é possível, também, contrair diversas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como o HIV, sífilis, gonorreia e hepatites.
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A camisinha é a forma mais eficaz de se proteger. Entretanto, se você acabou não usando, existem algumas medidas para reduzir e até eliminar os riscos de se infectar depois do sexo, seja ele oral, vaginal ou anal.
É a chamada profilaxia pós-exposição (PeP), que pode ser iniciada na rede pública de saúde. Segundo o infectologista Filipe Prohaska, a melhor opção é a prevenção combinada, mas há alternativas para quando ela falha.
“Se você tiver uma relação não protegida e a pessoa tiver HIV, até 72 horas depois da exposição é possível começar uma medicação durante 30 dias para prevenir ter o vírus HIV. Existe também a profilaxia para uretrites, que podem ser feitas em um novo modelo de tratamento para quem teve relação desprotegida, usando um antibiótico. Essas medicações não vão gerar garantias, elas minimizam riscos. O ideal é que o método de barreira [camisinha] seja sempre a forma mais utilizada para prevenção e evitar as ISTs”, explicou o infectologista.
No Recife e em Olinda, durante o carnaval, é possível se testar para ISTs nos seguintes locais:
Praça do Arsenal, Centro do Recife, de quinta (8) até a terça-feira (13), 18h às 2h;
Polo Ibura, Zona Sul do Recife, de domingo (11) até a Quarta-feira de Cinzas (14), das 18h às 2h;
Stand ao lado dos Correios, na Avenida do Farol, Olinda, das 11h às 18h.
Já para quem quer iniciar a Profilaxia Pós-Exposição (PeP), é possível procurar os seguintes locais:
Policlínica Barros Lima, em Casa Amarela, na Zona Norte;
Policlínica Amaury Coutinho, em Campina do Barreto, na Zona Norte;
Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura, na Zona Sul;
Policlínica Agamenon Magalhães, em Afogados, na Zona Oeste;
Hospital do Tricentenário, em Olinda
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 22,8% das pessoas com mais de 18 anos usaram preservativo em todas as relações sexuais, enquanto 17,1% usaram às vezes, e 59% não usaram. Já sobre o diagnóstico, aproximadamente 1 milhão de pessoas afirmou ter recebido confirmação médica de Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais. Os dados são de 2019.
De acordo com o infectologista Filipe Prohaska, a busca por tratamento e testagem de ISTs aumentam depois das grandes festas, sobretudo do carnaval.
“O São João também tem uma frequência aumentada, mas nada se compara ao carnaval. É o período em que se tem uma maior busca para o tratamento de ISTs e doenças virais.
Os sintomas das ISTs são os mais diversos, levando em consideração que existem várias além das já citadas, como a herpes genital, HPV, clamídia, hepatites B e C.
“Existem aquelas que têm úlceras, lesões dolorosas ou não na região genital. Outras são as secreções amareladas, esverdeadas e, por fim, têm ardor ao urinar e ao ter contato. Tem também aquelas silenciosas, que você não vai ter sintomas iniciais, mas, com o tempo, pode começar a ter, como a hepatite B e C, o HPV, que você só terá sintomas posteriores”, explicou.
De acordo com Prohaska, a sífilis, que teve 158 mil notificações da doença em 2018, como divulgou o Ministério da Saúde, é a lesão mais conhecida. Ela é não dolorosa, e costuma aparecer de duas a três semanas após a exposição.
“Já a gonorreia é uma secreção que tem ardor ao urinar, e também é bem comum, causa doença inflamatória pélvica nas mulheres, uretrite nos homens e pode trazer sintomas sistêmicos também”.
Filipe Prohaska também disse que, embora menos faladas, as Infecções Sexualmente Transmissíveis também acontecem pelo sexo oral. Ele afirmou, inclusive, que essa é uma das formas mais comuns de transmissão, justamente por conta da pouca divulgação.
“Como muitas pessoas minimizam esse risco de contágio, há uma grande exposição da mucosa oral com a região genital e que pode transmitir HIV, sífilis, gonorreia e tantas outras ISTs”, declarou.
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