Maio Amarelo: um compromisso coletivo com a vida!

Acidentes de trânsito
Acidentes de trânsito. Fotos: Leitor/Folha Vitória

É um dado chocante e revelador: pela primeira vez, o trânsito matou mais do que a criminalidade no Espírito Santo.

Os dados são de um estudo do Instituto Jones dos Santos Neves. Em 2024 foram 980 vidas perdidas em acidentes nas vias capixabas, contra 852 vítimas de assassinato. Trata-se do maior número de mortes no trânsito desde 2017.

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Homens jovens, entre 25 e 34 anos, são as principais vítimas fatais. E três aspectos chamam ainda mais atenção: as motos, cada vez mais populares como meio de transporte e trabalho, responderam por mais da metade das mortes.

Na segunda colocação estão as mortes de motoristas, seguidas pelo número de atropelamentos.

Vitória lidera negativamente em mortes por acidentes de moto e atropelamentos, mesmo sem ter nenhuma rodovia que corta a Capital, como Vila Velha, por exemplo.

É uma escalada silenciosa, porém brutal. A violência no trânsito tem aumentado no Brasil. São 20 mortes por 100 mil habitantes, o que coloca o país entre aqueles com as maiores taxas de mortalidade.

Há, sim, uma convergência perigosa entre o desrespeito às regras, a falha na fiscalização e a omissão coletiva.

Exemplo claro é que sábados são os dias com maior número de vítimas fatais – consequência direta do consumo de álcool associado à direção, da imprudência e do aumento do fluxo viário.

Soma-se a isso a precariedade em parte da infraestrutura urbana: falta sinalização, sobram buracos, cruzamentos perigosos e rodovias sem o mínimo de segurança.

O Maio Amarelo, movimento internacional de conscientização para a segurança no trânsito, não poderia chegar em momento mais simbólico e necessário.

Mas não basta. É preciso educar, fiscalizar, planejar, punir. E que ninguém se engane: não se muda esse cenário sem coordenação entre governos, empresas, escolas e sociedade civil.

Chega de naturalizar o inaceitável. Trânsito seguro é um direito, e preservá-lo é um dever coletivo.

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