
Durante viagem a Nova York, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, voltou a defender uma agenda de privatizações, desregulamentações e ajuste fiscal como caminho para destravar o crescimento brasileiro. Apesar do tom confiante no exterior, para o analista político e econômico Miguel Daoud, o problema do país está longe de ser apenas técnico.
“O diagnóstico é conhecido por todos: precisamos de infraestrutura, de ambiente de negócios saudável, de redução do custo Brasil. Mas enquanto os três poderes não sentarem juntos para decidir o que é bom para a nação, nada muda”, disse Daoud, em entrevista à BM&C News.
Diagnóstico é fácil. Implementar é o desafio
Na avaliação do analista, qualquer líder — seja Tarcísio, Lula ou outro possível candidato — enfrentará dificuldades se não houver um pacto mínimo entre Executivo, Legislativo e Judiciário. “A estrutura do governo está contaminada por interesses ideológicos e falta união em torno de um projeto de país. O Judiciário avança sobre o Legislativo, o Congresso responde, e o Executivo fica à deriva”, afirmou.
Daoud cita que Tarcísio tem perfil executivo e técnico, e por isso consegue “furar a muralha” da burocracia, mas reconhece que, mesmo com essas qualidades, é difícil avançar em reformas profundas num ambiente institucional descoordenado. “O país precisa de consenso para sair do lugar, mas hoje cada poder atua em uma direção diferente, sem convergência”, criticou.
Sem reformas, juros altos e baixa produtividade continuam
O analista ainda alertou que a falta de reformas estruturais continuará mantendo o Brasil eem um ciclo de juros altos, inflação persistente, baixa produtividade e corrupção sistêmica. “Se o país não tiver um norte comum, vamos continuar convivendo com os mesmos problemas que travam nosso desenvolvimento há décadas”, concluiu.
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O post Tarcísio em Nova York defende privatizações, mas cenário político trava reformas apareceu primeiro em BM&C NEWS.