
O filme “Má Influência“, dirigido por Chloé Wallace, é a mais recente adição ao catálogo da Netflix, prometendo capturar a atenção do público com uma mistura de drama, romance e mistério. Este thriller adolescente espanhol apresenta uma narrativa que combina paixão proibida, segredos do passado e uma tensão constante. No entanto, as escolhas narrativas e estéticas feitas ao longo do filme podem dividir opiniões entre os espectadores.
Com um elenco que inclui rostos conhecidos da plataforma, como Enrique Arce e Mirela Balić, o filme tenta equilibrar o apelo comercial com uma ambição artística. A história gira em torno de Reese Russell, uma jovem rica que vê sua vida virar de cabeça para baixo ao começar a receber ameaças anônimas. Para protegê-la, seu pai contrata Eros Douglas, um ex-detento com um passado misterioso, resultando em uma relação complexa e intensa entre os dois.
Qual é a trama central de Má Influência?
A trama de “Má Influência” se desenvolve a partir do momento em que Reese Russell, interpretada por Eléa Rochera, começa a receber ameaças que colocam sua vida em risco. Seu pai, Bruce, vivido por Enrique Arce, decide contratar Eros Douglas, um guarda-costas com um passado nebuloso, para protegê-la. O relacionamento entre Reese e Eros evolui de desconfiança para uma paixão intensa, enquanto eles enfrentam perseguições e revelações que testam seus limites.
O filme explora a dinâmica entre dois mundos opostos, com Reese representando o luxo e a previsibilidade, enquanto Eros traz um passado marcado por dificuldades. Essa relação é central para a narrativa, mas é também onde o filme tropeça em clichês comuns ao gênero adolescente, como o “bad boy” e a “garota perfeita”.
Estética e narrativa: um equilíbrio difícil
Visualmente, “Má Influência” aposta em uma estética estilizada, com filtros carregados e luzes dramáticas que buscam criar um tom sofisticado. No entanto, essa abordagem pode se tornar excessiva, afastando o espectador da profundidade emocional que a história poderia oferecer. A direção de Chloé Wallace tenta trazer profundidade com silêncios e planos contemplativos, mas o excesso de estilização muitas vezes esvazia o impacto emocional do filme.
Os diálogos, por sua vez, soam artificiais em alguns momentos, o que compromete as atuações do elenco. A química entre os protagonistas existe, mas é sufocada por uma direção que foca mais na sensualidade das cenas do que em suas implicações emocionais.
Quais são as críticas sociais abordadas no filme?
“Má Influência” tenta abordar temas como violência, assédio e desigualdade social, mas faz isso de maneira apressada e sem a complexidade necessária. As mensagens sobre feminismo e empoderamento são diluídas em cenas onde a hipersexualização predomina, e a ideia de amor é muitas vezes confundida com obsessão e impulsividade.
Apesar dos esforços para mostrar Reese como uma jovem com agência e Eros como um homem sensível, o filme recai em romantizações problemáticas e decisões narrativas que reforçam ideias ultrapassadas sobre relacionamentos. Essa abordagem pode não ressoar bem com todos os espectadores, especialmente aqueles que buscam uma representação mais autêntica e complexa das relações afetivas.
Por que assistir Má Influência?
“Má Influência” é um filme que, apesar de suas falhas, pode encontrar seu público entre aqueles que buscam um drama adolescente com um toque de romance tóxico e visual chamativo. No entanto, para quem espera uma narrativa mais profunda e personagens memoráveis, o filme pode deixar a desejar. A produção é um exemplo de como a estética e a narrativa precisam estar em equilíbrio para criar uma experiência cinematográfica verdadeiramente envolvente.
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