A relação entre mãe e filha é repleta de desafios, mas também é regada de uma cumplicidade que pode parecer inexplicável para quem vê de fora. E nem todo elo é feito de alegria. Às vezes, é na dor que duas mulheres precisam se apoiar e descobrir que a cumplicidade é uma ferramenta poderosa em momentos complicados.
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Quando o diagnóstico de câncer no estômago chegou para a matriarca de quatro, Creuza Lima, em novembro de 2023, seus filhos precisaram lidar com uma realidade desafiadora, em que as quimioterapias e os sintomas da doença passaram a ser parte da rotina da família.
O que eles não sabiam, é que aquela seria apenas a primeira notícia difícil. Em julho do ano seguinte, após exames de rotina, o diagnóstico de câncer na mama e axila também chegou para a primogênita, Rosangela Lima.
Uma notícia ruim em dobro
Até o momento do seu próprio diagnóstico, Rosangela e sua irmã caçula, Rayane, eram as principais responsáveis pelo tratamento de Creuza, que ficou muito debilitada durante o processo.
Quando eu descobri o diagnóstico foi muito doloroso para mim, a minha preocupação era quem iria cuidar da minha mãe a partir daquela hora. Era eu quem estava acompanhando junto com a minha irmã.
Ao mesmo tempo, a cura de sua filha se tornou a maior preocupação para Creuza, ainda que ela mesma estivesse no meio da jornada.
“Logo em seguida, acho que uns dois meses depois que eu estava no Santa Rita fazendo o acompanhamento, descobri que a minha filha também estava com câncer. […] Quando fiquei sabendo, fiquei muito preocupada”, relembrou a aposentada.
A partir daquele momento, elas precisaram se apoiar mutuamente e, mesmo em um momento complicado, o vínculo entre mãe e filha ficou cada vez mais forte.
“Eu e minha mãe nos apoiávamos através do telefone. Porque às vezes ela estava com as medicações da quimioterapia e eu aqui na minha casa com as minhas. É uma situação muito difícil, você querer ajudar a sua mãe, com 70 anos de idade, e querer ajudar sua irmã, que cuidava de tudo”, explicou a filha.
Tratamento de sucesso
Apesar da jornada difícil, a cura está chegando aos poucos para mãe e filha. Creuza passou por uma cirurgia de sucesso, em dezembro de 2024, e fez sua última quimioterapia no início de abril.
Já Rosangela, irá iniciar as sessões de radioterapia no final de maio e o término do seu tratamento está cada vez mais próximo.
Ambas afirmam que os desafios foram muitos, mas que encontraram nos familiares, nos amigos e na fé a força que precisavam para lutar. Mas acima de tudo, encontraram uma na outra o exemplo de perseverança que precisavam para enfrentar a doença.
“A gente nunca largou essa união, mesmo através da doença. Conseguimos superar, conseguimos vencer e estamos vivendo cada dia”, afirmou Rosangela.
