O município de Japeri, na Baixada Fluminense, começou a implementar no último sábado (3) as primeiras viagens do Programa Tarifa Zero com deslocamentos gratuitos pelas linhas Guandu, Santa Terezinha e Cosme & Damião. Até esta quinta-feira (8), a gratuidade havia atingido também os moradores dos bairros Chacrinha, Beira Rio, Nova Belém e Belo Horizonte.
“Defendemos há muito tempo a tarifa reduzida ou mesmo zero, como em Maricá, que é uma referência. Inclusive, visitamos uma fábrica de ônibus elétricos para estudar a implantação dessa tecnologia aqui. Diante disso, é importante destacar a irresponsabilidade da empresa Gardel, que, mesmo com uma pendência judicial, paralisou suas atividades de forma unilateral”, declarou a prefeita Dra. Fernanda Ontiveros (PT).
A nova fase do transporte público foi viabilizada pelo Decreto Municipal nº 3.648/2025, publicado na sexta-feira (2), que autorizou a empresa Bravel Soluções Integradas Ltda. a assumir as linhas municipais. A medida emergencial ocorreu após a empresa Gardel Turismo Ltda. suspender ilegalmente sua operação. Inicialmente, a Bravel atuará por 120 dias, com possibilidade de prorrogação até o término do processo licitatório. Ao todo, quatro ônibus circularão diariamente por 17 horas, com rotas definidas pela Secretaria de Mobilidade Urbana.
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Para Mallu Côrtes, militante pela mobilidade urbana e idealizadora da campanha Folia sem Catracas, a medida adotada pelo município de Japeri democratiza o acesso da população à cidade. Segundo ela, por Japeri ter 105 mil habitantes há a possibilidade de implementar um modelo mais simples de tarifa zero.
“Pensar tarifa zero é uma política de meio fundamental para a gente pensar outras políticas de acesso. Não dá para você acessar saúde, educação, lazer, cultura, sem pensar o transporte, o ir e vir é essencial para garantir a nossa possibilidade de existência. Enquanto o transporte foi uma barreira para acessar direitos tão básicos e fundamentais, a gente vai continuar sem ter acesso”, explica para o Brasil de Fato.