Caso Ana Caroline: Polícia prende suspeito de envolvimento na morte da jovem no Maranhão


Prisão aconteceu nesta quarta-feira (31), em Maranhãozinho, cidade onde Ana Caroline Sousa Campêlo, de 21 anos, foi morta brutalmente. Segundo a Polícia Civil, o preso é o homem que aparece em imagens de câmeras de segurança seguindo a vítima. Segundo a Polícia Militar do Maranhão, a vítima teve a pele do rosto, couro cabeludo, olhos e orelhas arrancados.
Arquivo pessoal/Polícia Civil
A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) prendeu, na manhã desta quarta-feira (31), uma pessoa suspeita de envolvimento na morte da jovem Ana Caroline Sousa Campêlo, de 21 anos, em Maranhãozinho, cidade a 232 km da capital São Luís. Ela foi encontrada morta em 10 de dezembro.
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O suspeito que, ainda não foi identificado, foi preso em Maranhãozinho, cidade onde Ana Caroline foi morta. Segundo a polícia, ele é o homem que aparece de camisa branca, em uma motocicleta, e segue a jovem por uma rua do município. As imagens que mostram a ação foram divulgadas com exclusividade pelo g1.
Ana Caroline Sousa Campêlo foi morta em 10 de dezembro logo após sair do trabalho, a jovem teve a pele do rosto, o couro cabeludo, os olhos e as orelhas arrancados. Ela havia se mudado para a cidade havia poucos meses, para morar com a namorada.
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Vídeo mostra jovem lésbica antes de ser assassinada
Há duas semanas, imagens de câmera de segurança obtidas pelo g1 registraram os momentos anteriores à morte de Ana Caroline (veja o vídeo acima).
O vídeo mostra a jovem, pela Rua Nova Um, via que dá acesso à estrada para Cachimbós. Ao terminar a rua, a jovem lésbica vira à direita. O relógio registra 1h59 da madrugada. Segundos depois, surge na gravação um homem de camiseta branca em uma moto e faz o mesmo trajeto do que a jovem.
O corpo de Ana Caroline foi encontrado por familiares próximo à Rua Getúlio Vargas, a cerca de 300 metros da rua onde ela teria virado com sua bicicleta. Os parentes encontraram primeiro sua bicicleta antes de achar seu corpo.
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Homem de camiseta branca passa pela rua e faz o mesmo trajeto de Ana Caroline.
Reprodução
Vídeo mostra homem semelhante a descrito por testemunha
Uma vizinha de Ana Caroline contou à polícia que, pouco antes de desaparecer, viu a jovem com um homem de camiseta branca em uma moto.
A testemunha disse ter visto quando esse homem colocou Ana Caroline no veículo e partiu em direção a uma estrada vicinal que dá acesso ao povoado Cachimbós – onde o corpo foi posteriormente encontrado.
A morte causou protestos de ativistas – com atos em diversas cidades do país – e reação da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, que classificou a morte como lesbofobia e crime de ódio contra as mulheres.
Corpo foi exumado
Ana Caroline Sousa Campêlo, de 21 anos, foi encontrada morta com requintes de crueldade no Maranhão
Arquivo pessoal/Polícia Civil
Na terça-feira (16), a Perícia Oficial do Maranhão exumou o corpo de Ana Caroline, após decisão da Justiça. Autora do pedido, a Polícia Civil alegou que o corpo foi enterrado sem nenhum exame criminalístico.
O corpo da jovem lésbica estava enterrado em Centro do Guilherme (MA), cidade natal da vítima e, com a decisão, os restos mortais foram levados para perícia em São Luís.
Protestos e debate sobre lesbofobia e lesbocídio
Os protestos em razão da morte de Ana Caroline ocorreram em 10 de janeiro. Nos atos, as manifestantes cobraram respostas da Polícia Civil do Maranhão e mudanças legislativas que protejam lésbicas. Um dos questionamentos ligados à apuração do assassinato é se foi feita perícia na bolsa de Ana Caroline, supostamente usada para enforcá-la.
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No Instagram, a página Levante Contra o Lesbocídio (veja acima) articula as cobranças pela solução do homicídio, imagens das manifestações e debate o uso do termo “lesbocídio” como uma forma de tipificação dentro do feminicídio.
“O Levante Nacional Contra o Lesbocídio é uma resposta das lésbicas em defesa das nossas próprias vidas e da nossa memória. Estão tirando nosso direito de viver e de contar nossas histórias depois que tiram nossas vidas de nós. O que aconteceu com Ana Caroline? Nós queremos saber e não aceitaremos caladas”, afirma Natalia Kleinsorgen, integrante do Levante Nacional Contra o Lesbocídio.
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