Maré vermelha: algas causam intoxicação em dezenas de banhistas na praia de Maracaípe; três pessoas são hospitalizadas


Prefeitura de Ipojuca está monitorando casos e recomenda evitar se aproximar de trechos da praia e tomar o banho de mar, para evitar problemas de saúde. A promotora de eventos Paloma Brasil teve dor no corpo, febre e diarreia provocados pela ‘maré vermelha’
Três pessoas foram hospitalizadas após serem intoxicadas por algas na praia de Maracaípe, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano da cidade, o fenômeno conhecido como maré vermelha foi o responsável pelos efeitos.
Esta não é a primeira vez que o fenômeno é notificado na região. Em 2019, banhistas e surfistas passaram mal e tiveram sintomas como dores de cabeças intensas, febre, inflamações na garganta e enjoos.
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Um dos casos foi registrado na terça-feira (30) e os outros dois aconteceram nesta quarta-feira (31). Segundo a prefeitura, os pacientes foram atendidos, medicados e liberados. A gestão, no entanto, não informou nome e idade dos pacientes; também não disse se eram turistas ou moradores da região.
A prefeitura de Ipojuca disse que está monitorando o fenômeno e que, caso identificado, o trecho de praia contaminado pode ser momentaneamente isolado. A recomendação é evitar se aproximar desses trechos setorizados da praia e tomar o banho de mar, para evitar problemas de saúde.
A gestão municipal também afirmou que a identificação prévia é dificultada por conta das correntezas, que rapidamente dissipam as algas com a movimentação da maré.
Em casos de sintomas muito fortes de náuseas e dores de cabeça, a recomendação é procurar um posto de saúde para receber atendimento médico.
Várias pessoas com sintomas
A reportagem da TV Globo entrevistou algumas pessoas que tiveram dor de cabeça, náusea e também diarreia após frequentarem a praia de Maracaípe.
Uma delas foi a promotora de eventos Paloma Brasil – que relatou ter participado de uma confraternização no domingo (28), com cerca de 30 pessoas, e todo mundo teve os mesmos sintomas.
“A gente fez uma confraternização na beira da praia e eu fiquei umas três horas aqui na beira da praia, respirando essa maresia; fui dormir e na segunda de manhã eu acordei com dor no corpo, principalmente na lombar, e dor de cabeça, espirrando bastante, com tosse, com falta de ar, febre e diarreia”, contou Paloma.
A publicitária Carla Rafaela disse que ela e a filha pequena tiveram sintomas na terça-feira (30), depois que participou de uma aula de ginástica funcional na praia.
“Foi o treino em torno das 6h30 às 7h. A partir de meio-dia, comecei a ficar arriada, [com] enjoo, febre, corpo mole, dor no corpo. […] Ela [a menina] ficou com um pouquinho de febre e ficou bem chorosa. A gente acha que ela teve dor no corpo também”, disse Carla.
O que diz o Ibama
Praia de Maracaípe, em Ipojuca, em foto de arquivo
Beatriz Castro/TV Globo
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), informou que a maré vermelha é um fenômeno natural, “causado pelo crescimento excessivo de microalgas planctônicas que liberam toxinas, principalmente devido ao aumento de temperatura das águas do oceano nesta época do ano”.
“O Ibama segue monitorando o caso e aguarda novos dados e análises temporais do deslocamento dessas manchas de microalgas. Como medida preventiva, é sugerido que seja evitada a entrada na água e a circulação nas praias enquanto ocorrer este fenômeno”, informou o órgão ambiental.
Já a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) realizou uma visita no local na manhã desta quarta para apurar as denúncias. O g1 entrou em contato com o órgão, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
* Estagiária, sob supervisão da editora Juliana Cavalcanti
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