Biometria facial em estádios vira ferramenta de segurança e ajuda a prender criminosos


Sistema usado no estádio do Palmeiras, em São Paulo, também permitiu localizar pessoas desaparecidas, que descumpriram medidas judiciais, com uso de documentos falsos e torcedores barrados pelo estatuto do torcedor. Biometria facial em estádios vira ferramenta de segurança e ajuda a prender criminosos
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O sistema de reconhecimento facial usado no estádio do Palmeiras, em São Paulo, está ajudando a identificar pessoas procuradas pela Justiça.
Não precisa de ingresso físico, código de barras, nem mesmo um documento com foto. Para entrar no estádio do Palmeiras, basta apenas mostrar o rosto.
“Mais rapidez para entrar. Tranquilo, muito legal”, comenta uma torcedora.
A biometria facial no estádio completou um ano de funcionamento. Segundo o Palmeiras, o tempo de espera para o torcedor entrar caiu muito e o índice de falha no sistema é de apenas 2,5%. A iniciativa surgiu para combater a venda ilegal de ingressos.
“Hoje, o nosso controle é total. Para o torcedor comprar um ingresso para assistir a uma partida do Palmeiras, ele necessariamente precisa ter a sua face registrada no sistema. Portanto, todo CPF tem um ingresso com uma face associada”, diz Oswaldo Basile, auditor do Palmeiras.
A ideia que surgiu para melhorar a experiência do palmeirense virou também uma ferramenta para aumentar a segurança de todas as torcidas. A parceria funciona assim: o Palmeiras compartilha os dados de quem compra o ingresso com a Secretaria de Segurança Pública. Aí o órgão analisa as informações e devolve para o clube uma lista com os nomes de todas as pessoas que têm algum tipo de pendência com a Justiça.
“Além de atacar o cambismo, nós tivemos a oportunidade de capturar 39 indivíduos que eram procurados pela Justiça e tinham mandado de prisão em aberto”, conta Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo.
Além disso, o sistema ajudou a localizar 275 pessoas que constavam como desaparecidas; 56 que descumpriram medidas judiciais; 12 pelo com uso de documentos falsos; e cinco torcedores barrados pelo estatuto do torcedor. Quase 250 mil torcedores passaram pela fiscalização.
Quase 250 mil torcedores passaram pela fiscalização no estádio do Palmeiras
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De acordo com a Lei Geral do Esporte, que entrou em vigor em 2023, a biometria facial será obrigatória em todas as arenas esportivas do país com mais de 20 mil lugares. Até junho de 2025, todas terão que estar em com o sistema funcionando.
Hoje, além do estádio do Palmeiras, apenas o da Serrinha, em Goiânia, tem um sistema de identificação da face em todas as entradas. Outros da Série A — como o Maracanã, São Januário, Fonte Nova, o do Athletico Paranaense e do Atlético Mineiro — já possuem o sistema em alguns pontos de acesso.
A CBF deu início em setembro de 2023 ao Programa Estádio Seguro, uma parceria com o Ministério da Justiça que pretende levar para todo o Brasil um sistema que o palmeirense já conhece muito bem.
“Eu me sinto mais segura também sabendo que todo mundo que está aqui dentro está identificado”, diz uma torcedora.
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