Ataques israelenses em Gaza deixam pelo menos 17 mortos; Hamas diz estar pronto para discutir trégua

A Defesa Civil palestina informou que bombardeios israelenses deixaram pelo menos 17 mortos na manhã deste sábado (26) na Faixa de Gaza. Entre eles estavam dez pessoas que morreram em uma casa atingida por um ataque que também deixou vítimas sob os escombros.

O bombardeio mais letal ocorreu ao amanhecer, sobre uma residência no bairro de Al Sabra, ao sul da cidade de Gaza, no norte do território palestino, indicou a Defesa Civil.

“Há dez mártires [falecidos] e cerca de 20 pessoas desaparecidas após o bombardeio na casa da família Al Khur”, declarou à AFP um responsável desta organização de resgate, Mohamed Al Mughair.

“Todos estávamos dormindo. Sem qualquer aviso, vimos a casa desabar sobre nós. Ouvíamos gritos e aqueles que conseguiam respirar pediam ajuda, mas ninguém veio”, relatou uma integrante da família, Um Walid al Khur. “A maioria das vítimas são crianças, morreram por asfixia causada pelo bombardeio”, acrescentou.

Vítimas de bombardeio israelense no pátio do hospital Al-Shifa. Omar AL-QATTAA / AFP

O exército israelense não fez comentários a respeito.

Negociação de trégua

O Hamas está pronto para um acordo que inclua a libertação de todos os reféns mantidos em Gaza de uma só vez e uma trégua de cinco anos com Israel, afirmou neste sábado um alto dirigente do movimento palestino.

“O Hamas está preparado para uma troca de prisioneiros”, reféns israelenses por prisioneiros palestinos, “em uma única operação e para uma trégua de cinco anos”, declarou à AFP este alto dirigente, sob condição de anonimato.

Uma delegação do movimento palestino está prevista para se reunir com os mediadores neste sábado no Cairo.

Ainda não está claro se foi o Hamas ou os mediadores egípcios e catarianos que propuseram a ideia de uma trégua longa.

O Hamas, que afirmou ser contrário a um acordo “parcial”, rejeitou em 17 de abril uma proposta israelense que previa um cessar-fogo de 45 dias em troca do retorno de dez reféns vivos.

Na visão do acordo “global” que busca, o movimento exige o cessar das hostilidades, a retirada completa das tropas israelenses, a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Israel, por sua vez, exige o retorno de todos os reféns e o desarmamento do Hamas e de outros grupos armados de Gaza. Este último ponto é uma “linha vermelha” para o movimento.

A trégua que vigorou de 19 de janeiro a 17 de março permitiu o retorno de 33 reféns, oito deles mortos, em troca da libertação de cerca de 1,8 mil palestinos encarcerados em Israel.

Segundo dados publicados na sexta-feira (25) pelo Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas, ao menos 2.062 palestinos morreram desde que Israel retomou sua ofensiva em 18 de março, elevando para 51.439 o número de mortos no território palestino desde o início da guerra.

*com AFP.

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