Santa Catarina bate recorde histórico na produção de milho com alta de 40% em março

Produção de milho, foto mostra espiga de milho no pé em meio à plantação

Produção de milho por hectare em Santa Catarina bateu recorde – Foto: Aires Mariga/Epagri/Divulgação/ND

A produção de milho em Santa Catarina atingiu o maior patamar da história em março, apontou o Boletim Agropecuário da Epagri na quarta-feira (16). No mês anterior, a produção do grão foi de 9.717 kg por hectare, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior e um recorde catarinense.

De acordo com a Epagri, o índice aponta que o Estado terá uma das safras mais produtivas da história. Na contramão da redução de 13% da área plantada, a produção por hectare aumentou 23% em relação ao ano anterior.

Segundo Haroldo Tavares Elias, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, os resultados são fruto da combinação do uso de tecnologias no campo, do manejo qualificado e da menor incidência da cigarrinha-do-milho, uma praga da lavoura, durante o cultivo.

“O clima também foi determinante, principalmente a boa distribuição das chuvas e as temperaturas mais amenas à noite, que favorecem a fisiologia da planta”, explica.

Com esse resultado de produção de milho, Haroldo ressalta que Santa Catarina e Paraná se destacam nacionalmente com produtividades próximas a 10 toneladas por hectare, equiparando-se aos níveis dos Estados Unidos, referência mundial na cultura do grão.

Apesar de alta na produção de milho, preço sobe e atinge R$ 71,15 por saca em SC

Apesar da alta na produção de milho no mês de março, os preços do grão registraram alta no primeiro trimestre de 2025. Apenas em março, a cotação média estadual subiu 2,74% em relação a fevereiro, e o preço chegou a R$ 71,15 por saca — o maior valor dos últimos dois anos.

Por conta do desenvolvimento positivo da safra, os preços começaram a recuar no início do mês de abril. Conforme o especialista, a combinação de preços com a alta produtividade pode fazer com que produtores retomem as áreas para produção de milho perdidas nos últimos anos.

“Se os preços se mantiverem em patamares atrativos, há possibilidade de reversão dessa tendência de queda na área cultivada com milho”, avalia Haroldo.

Preço da saca de milho atingiu maior valor em dois anos – Foto: Canva/ND

O analista explica que a instabilidade nos preços pode seguir, influenciado por estoques internos baixos, incertezas sobre a segunda safra e instabilidades no mercado internacional.

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