Exigida pela Cetesb, obra de estação de tratamento de lodo tem licitação suspensa em Piracicaba


Medida foi adotada para “eventuais alterações nos documentos”, diz autarquia. Licitação para destinação do lodo das ETAs da cidade também já tinha sido suspensa. Estação de Tratamento de Água de Anhumas, em Piracicaba
Reprodução/ GoogleMaps
O Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) de Piracicaba (SP) suspendeu a abertura de uma licitação para construir uma estação de tratamento de lodo na Estação de Tratamento de Água (ETA) Anhumas. O tratamento desse resíduo na unidade é exigido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
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A ETA Anhumas foi construída em 1987, é de pequeno porte e está situada a aproximadamente 30 metros das margens do ribeirão Anhumas.
A autarquia estima um gasto de R$ 1,8 milhão com a contratação da empresa responsável pela construção da estação de tratamento de lodo, que terá prazo de 180 dias para realizar a obra.
O aviso de licitação foi publicado em Diário Oficial no último dia 27 de março. Já a suspensão foi anunciada na quinta-feira (10).
Ao g1, o Semae Piracicaba informou que a concorrência foi suspensa temporariamente para ajustes técnicos nos documentos que compõem o edital. “A medida visa garantir que o processo licitatório ocorra em total conformidade com as normas legais e regulatórias vigentes”, acrescentou.
A reportagem questionou a autarquia sobre previsão de prazo para retomar essa licitação e para que a estação de lodo esteja em operação, mas essas perguntas não foram respondidas.
Exigência da Cetesb
Nos documentos de abertura da licitação, o Semae explica que ela é exigida pela Cetesb.
“O objetivo pretendido do presente Termo de Referência é a contratação de obras e serviços de engenharia para execução da estação de tratamento de lodo para auxílio no tratamento de água da Estação de Tratamento de Água de Anhumas tendo em vista o cumprimento à exigência da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB”, explica.
Impasse em outra licitação sobre lodo
Cobrada pelo Ministério Público, a destinação correta do lodo retirado das Estações de Tratamento de Água (ETAs) de Piracicaba também teve impasse em licitação.
Em fevereiro deste ano, o Semae também decidiu suspender um procedimento para contratar uma empresa que colete, transporte e dê destinação final ao resíduo gerado durante o processo de tratamento, que é poluente e, anteriormente, era lançado no Rio Piracicaba.
Excesso de lodo armazenado em bolsas
Edijan Del Santo/EPTV
Segundo a publicação oficial sobre a suspensão em Diário Oficial, a suspensão ocorreu para alterações no Termo de Referência, que é um documento que detalha o que será contratado pelo poder público.
“O Semae informa que a suspensão foi necessária para readequação quanto à responsabilidade pelo laudo de classificação do lodo e readequação na tabela de lodo acumulado e previsto. A nova data prevista para a abertura da licitação é 26/02/2025”, informou a autarquia, em nota ao g1.
Caminhões retiram excesso de lodo em Estação de Tratamento de água de Piracicaba, em janeiro deste ano
Relacionado a falta d’água recente
O excesso de lodo nas estações de tratamento foi apontado pelo Semae como um dos motivos pela falta d’água recente na cidade.
Isso porque, em dezembro de 2024, a Justiça determinou que a autarquia deixasse de lançar o resíduo no Rio Piracicaba após o tratamento. Com isso, ele se acumulou nos tanques de decantação das ETAs, reduzindo a capacidade de tratamento de água.
A determinação judicial, no entanto, foi suspensa por um recurso da prefeitura, em janeiro. Após isso, o lodo foi retirado dos tanques e armazenado em bolsas. Com isso, a capacidade total de tratamento de água foi retomada.
Lodo na estação de tratamento de água em Piracicaba
Edijan Del Santo/EPTV
Destinação deve demorar pelo menos 1 ano
Em janeiro deste ano, o Semae admitiu que a destinação correta do lodo deve demorar pelo menos 12 meses, devido ao tempo levado pelo processo de secagem do resíduo, antes de seu descarte em aterro sanitário.
“Fica um bom tempo porque a bag exige que seja drenada a água do lodo, junto com a ação do sol ajudando nesse processo natural de secagem. Depois de seco, a gente faz a remoção e encaminha pra aterro sanitário”, explicou Luís Gustavo Theodoro dos Santos, coordenador de serviços da Mirante, concessionária do serviço de esgoto da cidade, em janeiro.
O diretor do Semae de Piracicaba, Ronald Pereira da Silva, explicou que o processo de destinação e despejo do excesso de logo pode ser caro e precisa ser analisado com cuidado pela pasta.
“As possibilidades de retirada em definitivo estão sendo analisadas pelo Semae, vários estudos estão ocorrendo aqui pra que a gente ache a alternativa mais barata e mais eficiente pra população também”, detalhou.
ETA Luiz de Queiroz em Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
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