Nova estimativa da StoneX aponta queda na produção de café arábica e avanço do conilon no ES

Nova estimativa da StoneX aponta queda na produção de arábica e avanço do conilon no ES

Desde 2020, o Brasil tem enfrentado adversidades climáticas sucessivas, com impactos significativos causados por fenômenos como La Niña, El Niño, geadas, ondas de calor e déficit hídrico. Para avaliar o potencial produtivo da safra 2025/26, a consultoria StoneX realizou um novo levantamento nas principais regiões produtoras de café do país.

Consultoria estima que Brasil terá queda na safra de café em 25/26

No Espírito Santo, a projeção para o café arábica é de 3,1 milhões de sacas, uma redução de 25,2% em relação à safra 2024/25. Em contrapartida, a produção de conilon segue em expansão, impulsionada por melhorias no manejo, uso de novos materiais genéticos e maior investimento em tecnologia. Com isso, a produção capixaba do robusta foi estimada em 19,2 milhões de sacas — alta expressiva de 28,9%.

Em nível nacional, a estimativa foi revista para baixo: agora são esperadas 64,5 milhões de sacas, uma queda de 2,1% na comparação com a safra anterior. A produção de arábica foi reduzida para 38,7 milhões de sacas, retração de 13,5%. Já o robusta deve alcançar 25,8 milhões de sacas, avanço de 21,9%.

Segundo a avaliação da StoneX, os cafezais de conilon no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo apresentaram bons resultados, com destaque para a uniformidade dos frutos, alto rendimento e lavouras em bom estado vegetativo. O cenário positivo reflete investimentos em manejo e tecnologia nessas regiões.

As condições climáticas em fevereiro — com temperaturas elevadas e chuvas abaixo da média — poderiam ter prejudicado a granação dos frutos, afetando seu tamanho e peso. Mas de acordo com a StoneX, como a granação já estava adiantada, favorecida pelas boas condições de janeiro, os impactos foram minimizados. Além disso, o bom estado vegetativo das plantas e a alta proporção de lavouras irrigadas ajudaram a reduzir os riscos de queda na produtividade. Em Rondônia, por outro lado, os principais problemas ocorreram ainda na fase das floradas.

Já para o café arábica, os impactos do clima variaram conforme a região. As áreas naturalmente mais quentes sofreram mais, com destaque negativo para a Alta Mogiana, em São Paulo. No Cerrado Mineiro, apesar da queda na produção, municípios com bienalidade positiva apresentam lavouras em melhores condições, o que deve amenizar as perdas.

No Sul de Minas — principal polo produtor de arábica — o cenário é diversificado. Algumas microrregiões com bienalidade positiva tendem a apresentar produtividades melhores, especialmente aquelas em áreas de clima mais ameno.

Nas Matas de Minas e no sul do Espírito Santo, a combinação de bienalidade negativa e clima adverso agravou a redução da produção. Além disso, nessas regiões foi registrado um aumento nos casos de broca-do-café. A infestação, segundo a consultoria, está relacionada à menor carga de frutos, o que favorece a concentração da praga nos poucos frutos disponíveis.

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