
Produção mostra a ascensão e a queda de um dos principais nomes do rap dos anos 1990 em meio a um dos maiores escândalos da indústria do entretenimento. Diddy está preso desde o ano passado e sua defesa nega as acusações. Documentário retrata vida de luxúria e violência de Sean ‘Diddy’ Combs
Magnata da música e símbolo do rap dos anos 1990, Sean Combs, também conhecido como Puff Daddy ou P. Diddy, viu o seu império desmoronar em um dos maiores escândalos da indústria do entretenimento. Um documentário inédito mostra os bastidores da história, com acusações graves de tráfico sexual, agressão e estupro.
“Diddy: Como Nasce um Bad Boy” já está disponível no Globoplay e também será exibida nesta segunda-feira (14), às 23h45 (no horário de Brasília), no GNT.
O documentário traz imagens inéditas e depoimentos de vítimas, funcionários e ex-parceiras do cantor. A defesa de P. Diddy nega todas as acusações.
A prisão de Diddy aconteceu em setembro de 2024. Ele está há sete meses detido, sem direito a fiança, e se declarou inocente no tribunal. O julgamento está marcado para 5 de maio. Se condenado, pode pegar prisão perpétua. Mais de cem pessoas já relataram abusos cometidos por ele. Entre as denúncias, há casos de estupro de adolescentes de 13 e 17 anos.
A ascensão de P. Diddy
O documentário percorre a infância e a ascensão de Sean Combs. Filho de um gângster assassinado no Harlem, ele começou a trabalhar na música cedo. O primeiro emprego de Sean foi um estágio numa gravadora.
Em 1991, Sean foi um dos produtores de um evento beneficente em Nova York, um jogo de basquete com celebridades como Mike Tyson. A renda era destinada a pessoas que viviam com HIV. O evento seria para 10 mil pessoas, mas a capacidade do lugar era de 2.700. Terminou em tragédia: nove pessoas morreram e 27 ficaram feridas.
Na época, a Justiça determinou que tanto o local do evento quanto os organizadores eram responsáveis pelas mortes.
Mas o episódio não abalou a carreira de Sean. Pelo contrário. Ele criou sua própria gravadora, a Bad Boy Entertainment, e produziu artistas como Usher e Mary J. Blige. Nos anos 1990, ele virou um ícone da cultura pop e acumulou fortuna bilionária com seus hits. O sucesso foi tanto que o rapper acumulou uma fortuna calculada em US$ 40 milhões (cerca de R$ 235 milhões).
Então, surgiram as primeiras denúncias. O documentário mostra que o comportamento violento de Diddy não era segredo nos bastidores da música. Ex-funcionários contam que o cantor agia com agressividade e usava o medo como forma de comando.
Em um vídeo inédito, um ex-funcionário que conviveu com P. Diddy por três décadas diz: “Esse cara é muito violento. Ele pensava que, se as pessoas o temessem, iriam respeitá-lo”.
Trecho inédito do documentário sobre P. Diddy.
Reprodução/TV Globo
Festas e crimes
No auge da fama, Diddy promovia festas milionárias em sua mansão nos Hamptons, frequentadas por celebridades como Beyoncé, Will Smith, Leonardo DiCaprio e Donald Trump, hoje presidente dos Estados Unidos.
Essas festas, no entanto, escondiam um lado sombrio. Relatos de drogas, orgias e tráfico sexual surgiram nos bastidores. Uma advogada afirma ter reunido provas de crimes graves cometidos durante esses eventos.
Uma das vítimas relata ao documentário ter sido violentada brutalmente e ameaçada por Diddy. “Consegui fugir, mas ainda tenho pesadelos”, diz ela, sob anonimato.
Em 2005, Sean começou um relacionamento com Cassie Ventura, enquanto ainda estava com Kim Porter, mãe de seus filhos. Kim morreu em 2008, vítima de pneumonia.
Desde então, o controle de Diddy sobre Cassie se intensificou, segundo testemunhas. Hoje, ela está entre as principais testemunhas do processo judicial.
Em um dos vídeos, P. Diddy agride a socos e pontapés a então namorada, a modelo e cantora Cassie Ventura, dentro de um hotel. As imagens, captadas por câmeras de segurança, só vieram a público em 2024, embora a agressão tenha ocorrido em 2016, em Los Angeles.
Cassie Ventura acusa o ex-namorado de violência física e psicológica, além de abuso sexual e controle total sobre sua vida. Ela afirma que era obrigada a manter relações com garotos de programa e a usar drogas fornecidas por ele.
“Trata-se da figura mais poderosa na indústria da música e uma das pessoas mais poderosas nos Estados Unidos. Então, este é um caso de enorme proporção”, diz a advogada Lisa Bloom, que representa uma das mulheres que acusam Diddy.
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