
Após moradores do bairro Santo Antônio dos Prazeres, em Feira de Santana, relatarem que sentiram tremores de terra, o Acorda Cidade conversou com o professor doutor em geografia Jémison Santos, para entender o que pode ter provocado esses tremores. Segundo ele, esses movimentos em Feira de Santana ainda vão ser bem analisados pelos especialistas, que vão buscar entender o que causou esses tremores.
De acordo com o professor, um tremor foi registrado no município de Uauá, na Bahia, no mesmo dia em que moradores relataram os tremores em Feira de Santana. Segundo Jémison Santos, o abalo sísmico registrado em Uauá teve magnitude de 2.3, considerada baixa. Ele informou ainda que no dia 1º de abril a cidade de Andorinha, também na Bahia, registrou tremores de magnitude 1.5.
“Para ser considerada de grande magnitude tem que ser acima de 6.0. Esse tremor em Uauá foi analisado pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) e pelo laboratório sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que é nossa grande referência em estudo de abalos sísmicos. Os moradores de Feira, que está localizada em torno de 290 quilômetros de distância de Uauá, sentiram os tremores no mesmo dia”, afirmou.
De acordo com o mestre em geografia, a região Nordeste é mais suscetível a sentir esses tremores. Segundo ele, em geral, pode estar relacionado à questão das pressões geológicas que fazem com que as placas se movimentem.
“Esses tremores estão associados a dinâmica de movimentação das placas e reativação. A gente já teve tremores de terra em várias regiões da Bahia. Tremores abaixo de 3.0 ocorrem de maneira comum no Brasil e também na região Nordeste. É possível atribuir a falhas geológicas que existem na região”, disse.
Riscos e prejuízos
Questionado sobre os riscos e prejuízos para a população, o professor Jémison Santos afirmou que são muito pequenos e destacou que a população pode ficar tranquila.
“A gente não tem histórico de tremores de magnitude maiores, esses tremores menores podem gerar algumas consequências como rachaduras, mas em geral eles não causam problemas graves para os moradores”, disse.
Apesar disso, ele considera importante que os moradores tenham conhecimento do que é necessário ser feito em momentos de tremores de terra, mesmo sendo de magnitude menor.
“É normal a população se assustar, mas podem ficar tranquilos. Nesses momentos é importante manter a calma, ficar dentro de casa, procurar um lugar seguro, proteger a cabeça de objetos que possam cair e deixar uma porta aberta para o caso de precisar correr. Se a pessoa estiver fora de casa, deve ficar longe de lugares que possam desabar”, alertou.
Outro ponto destacado pelo professor, é a importância da população comunicar aos órgãos oficiais sempre que sentirem tremores de terra.
“É importante esses registros da população porque auxiliam os especialistas no monitoramento. Quando a população informa, especialistas visitam o local para avaliar a situação”.
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Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
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