
Discreto e silencioso, o AVC acomete milhões de pessoas por ano ao redor do mundo. Em seus casos mais graves, a doença cardiovascular leva o paciente a óbito caso o tratamento não seja feito a tempo.

Os tipos de tratamento para o AVC incluem sessões para a recuperação da coordenação motora e da fala – Foto: Divulgação/Freepik/ND
Com equipes médicas cada vez mais preparadas para realizar os procedimentos adequados de tratamento, os pacientes conseguem se recuperar dos quadros do acidente vascular cerebral, reduzindo as sequelas e mantendo uma rotina de vida mais saudável e equilibrada.
O que é o AVC?
Classificada como uma doença cardíaca, o AVC, ou acidente vascular cerebral ocorre quando os vasos que levam sangue do coração ao cérebro se rompem ou estão bloqueados, acarretando paralisia da área cerebral que ficou sem circulação.
A doença é um problema global e pode afetar pessoas de diferentes faixas-etárias, muito por conta dos hábitos pessoais.
Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. O primeiro, mais frequente, é causado em razão da obstrução da artéria, seja por um coágulo ou placa de gordura.

O AVC pode ocorrer em diferentes vasos sanguíneos que irrigam o cérebro – Foto Reprodução/ND
Já o segundo, mais grave, é ocasionado por sangramento devido à ruptura de um vaso sanguíneo.
Nos dois casos, há uma interrupção do fornecimento de nutrientes e oxigênio para o cérebro, o que resulta na perda das funções dos neurônios, afetando a cognição e as funções do corpo conforme a área do cérebro atingida.
A partir do diagnóstico, quanto mais rápida for realizado o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa.
Por isso, que a atenção aos primeiros sintomas é importante, assim como o atendimento médico imediato.
Quais são as causas do AVC?
Repentino, o AVC é ocasionado por condições genéticas, doenças crônicas ou hábitos pouco saudáveis.
Atingindo todas as faixas etárias, a doença pode ser causada por quadros de hipertensão, diabetes, pelo sedentarismo, pela má formação de vasos sanguíneos, pelo consumo de drogas lícitas e ilícitas e pela obesidade.
Essas condições são lidas como fatores de risco e exigem acompanhamento médico periódico dos pacientes, bem como uma mudança de hábitos.
Sintomas do AVC
Os sinais dos tipos de AVC são bastante similares entre si, provocando descompassos cognitivos e motores no corpo humano. Os sintomas mais conhecidos da doença são:
- Fraqueza muscular;
- Paralisação facial, dos membros inferiores e superiores ou mesmo de um lado do corpo;
- Visão turva, visão dupla ou sensação de linha sobre a linha da visão;
- Dificuldade na dicção das palavras ou para cantar algo;
- Dificuldade para escutar algo, mesmo que sejam frases simples;
- Tontura, desequilíbrio, falta de coordenação motora ou queda súbita;
- Dores de cabeça fortes e persistentes;
- Dificuldade para engolir;
- Náuseas e vômitos.
Como identificar se uma pessoa está tendo um AVC?
Por se tratar de uma doença silenciosa, o AVC acontece de maneira repentina, sem muitos avisos.
Portanto, diante de um episódio da doença, o recomendado é que a pessoa seja levada com urgência ao hospital ou unidade de saúde mais próxima.
Como maneira simples de identificar se um quadro de AVC está acontecendo com a própria pessoa ou alguém próximo, é só usar o acrônimo do SAMU:
S (Sorriso): peça à pessoa para sorrir. Um lado do rosto pode ficar caído.
A (Abraço): peça à pessoa para levantar os dois braços. Um braço pode ficar caído.
M (Música): peça à pessoa para repetir uma frase simples. A fala pode ficar arrastada.
U (Urgência): se você observar algum desses sinais, ligue imediatamente para o SAMU (192).
Quais são os tratamentos para AVC?
Cada tipo de AVC possui um protocolo diferente de atendimento, sendo que ambos devem ser realizados com agilidade e urgência.
Para o tratamento do AVC isquêmico, são administrados medicamentos trombolíticos, que ajudam a diminuir coágulos e afinar o sangue, recuperando o fluxo sanguíneo em artérias e veias.
Além disso, são feitos testes e questionários para avaliar a capacidade motora do paciente, bem como exames de laboratório e de ressonância magnética, para identificar a área do cérebro afetada.
Em alguns casos, é utilizada a técnica de inserção de cateter para alargar os vasos sanguíneos e reestabelecer as condições de circulação.
Por sua vez, o AVC hemorrágico exige um atendimento mais rápido, com o encaminhamento da pessoa para exames tomográficos, que permitem a geração de imagens mais detalhadas do cérebro e identificar a localização e extensão do sangramento.
O tratamento é complexo e visa controlar a hemorragia, reduzir a pressão intracraniana e minimizar as sequelas.
As opções de tratamento variam dependendo da causa, localização e gravidade do sangramento.
Inicialmente, são feitos os procedimentos clínicos, que incluem o monitoramento da pressão arterial, controle da pressão intracraniana com o uso de medicamentos, prevenção de convulsões, o tratamento em caso de complicações, como nos casos de infecção urinária, trombose venosa ou pneumonia, além dos cuidados de suporte, que mantém o paciente hidratado e nutrido.
Já a parte cirúrgica inclui a remoção do sangue acumulado no cérebro, cirurgias para redução da pressão craniana, embolização do aneurisma para parar o sangramento e remoção de artérias ou veias que possuem má formação.
A recuperação do AVC costuma focar na redução das sequelas motoras e psíquicas causadas pela doença, envolvendo uma equipe multidisciplinar, com fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais capacitados a promover a reabilitação do paciente.