
Confira as impressões do público e de artistas que participaram do evento que reuniu mais de 350 atrações em 14 dias Plateia Guairinha
Lina Sumizono
A 33ª edição do Festival de Curitiba, realizada entre os dias 24 de março e 6 de abril, reuniu artistas, companhias e espectadores de diferentes partes do Brasil e do mundo, reafirmando seu papel como um dos maiores e mais diversos encontros das artes cênicas do país.
Com espetáculos espalhados por todos os cantos da cidade, teatros, ruas, parques, praças e espaços alternativos, o evento proporcionou uma experiência de troca, reflexão e celebração da arte em todas as suas formas.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Para o diretor argentino Guillermo Cacace, responsável pelo espetáculo “A Gaviota”, chegar no Brasil para o festival, após uma longa temporada na Europa, foi simbólico.
“Estivemos durante quase um ano e meio fazendo temporada em vários países da Europa. Chegar ao Brasil para o evento é como chegar na nossa grande pátria. A sensação é de pertencimento. Aqui temos a chance de ver o que está sendo feito na América do Sul, desconstruindo a visão eurocentrista que se impõem e dita o que deve ser feito no teatro contemporâneo.”
O ator Filipe Celestino, que integra o coletivo negro responsável pelo espetáculo “Bom dia, eternidade”, destacou o protagonismo de produções coletivas na programação.
“É muito importante saber que o nosso espetáculo, que fala do envelhecimento das pessoas negras, tenha sido o catalisador de toda uma programação. A curadoria optou por espetáculos de grupos e, no meu entendimento, só vamos conseguir construir um futuro desta forma, juntos”, pontuou.
A participação do público também emocionou o artista: “Ver a Reitoria cheia e o público interagindo com os atores, foi muito comovente.”
Estreando como ator no festival, o vencedor do Prêmio Shell de Melhor Ator deste ano, Alexia Twister, celebrou a visibilidade que o evento dá à arte drag.
“É um sonho realizado. Acho muito interessante ver como a cidade respira arte neste período. O clima é muito gostoso, principalmente pela troca com outros artistas de cidades diferentes. Voltamos para casa com uma bagagem imensa de aprendizado”, declarou.
Rei Lear – Festival de Curitiba
Lina Sumizono
Mostra Fringe
A Mostra Fringe também foi destaque nesta edição. A atriz Greice Barros, que participou da Mostra ‘Mulheria na Alfaiataria”, ficou surpresa com o perfil do público.
“Foi surpreendente se deparar com um público tão diverso, diferente do que normalmente frequenta as temporadas locais. Todas as sessões dos nossos espetáculos lotaram”, comemorou.
Para ela a escolha do espetáculo de dança “Encantado”, da diretora Lia Rodrigues, foi um grande acerto. “Eu já tinha visto em outra cidade e vim ver de novo. Ele é um acontecimento e tem que ir para o mundo. É um dos meus espetáculos preferidos da vida, me transformou profundamente”, relatou.
Para a atriz Bianca Almeida, que veio de Ponta Grossa especialmente para acompanhar as atrações, o evento sempre surpreende positivamente.
“Amo essa movimentação que o festival promove, é muito lindo ver a entrega dos artistas em cena”, comentou.
O professor Everton Lampe destacou a democratização do evento: “Acho muito legal ter atrações tanto em espaços fechados como abertos, nas ruas, sem cobrança de ingresso. Contempla públicos diversos e é uma iniciativa muito importante para a cidade.”
A psicanalista Soledad Fernandes também elogiou a curadoria do evento.
“Aproveito muito o festival para ver montagens de fora. Vim por indicação de um amigo para ver ‘Encantado’ e amei. Costumo frequentar sempre o festival, porque é uma oportunidade de assistir trabalhos de outras praças sem precisar sair da cidade.”
“O festival dá um outro brilho para a cidade”, resumiu a também psicanalista Tatiana Bittencourt.
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Leia mais notícias em g1 Paraná.