
Tenente da reserva Orlando Orlando Soares Lopes, de 64 anos, foi amarrado e amordaçado dentro da própria casa durante o crime. O filho dele e outros dois suspeitos foram presos pela Polícia Militar. Tenente aposentado da PM Orlando Orlando Soares Lopes tinha 64 anos
Arquivo pessoal
A Justiça decretou nesse sábado (29) a prisão preventiva do filho do tenente Orlando Orlando Soares Lopes, de 30 anos. Ele é suspeito de ter encomendado o assalto e a morte do próprio pai. Orlando foi assassinado com um tiro na cabeça durante um assalto na noite dessa sexta-feira (28), em Boa Vista.
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O militar da reserva estava em casa com a mulher quando dois criminosos chegaram. Durante o assalto, segundo a polícia, Orlando foi amordaçado e amarrado dentro do quarto. A mulher dele relatou que o os dois assaltantes estavam armados e usavam capacetes.
Ainda de acordo com o relato da viúva à polícia, cada criminoso ficou com uma das vítimas em um cômodo diferente da casa, que fica no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste da capital. A dupla que realizou o assalto também teve a prisão preventiva decretada, eles confessaram que cometeram o crime.
O filho do tenente não estava em casa na hora do assalto. Um tempo depois ele retornou ao imóvel e acabou preso pela PM. Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) foram acionados e iniciaram as investigações.
No depoimento, o filho negou qualquer participação no crime.
A decisão foi da juíza Noêmia Cardoso Leite de Sousa, da comarca de Boa Vista. Ela entendeu que haviam provas o suficiente que comprovavam a suspeita de que o filho encomendou o crime contra o próprio pai.
“Por fim, embora o flagranteado seja réu primário e sem antecedentes, os fortes indícios de autoria mediata no crime, com incidência das qualificadoras de motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima, crime contra ascendente, indicam a personalidade violenta e o desvio de caráter do autuado, sugerindo risco à sociedade”, destacou a juíza na decisão.
A juíza também levou em consideração os depoimentos da viúva do tenente e dos dois suspeitos de fazer o assalto. Um deles afirmou que o filho foi quem encomendou o crime, o outro relatou que não o conhecia.
“Outrossim, o depoimento das testemunhas revela que também é envolvido no mundo do crime, pois possui dívidas financeiras com criminosos. Ademais, a liberdade do acusado pode gerar sensação de impunidade e clamor social, comprometendo a confiança na Justiça”.
Morte de tenente em assalto
Tenente aposentado da PM é morto com tiro em roubo encomendado pelo próprio filho
A viúva do tenente afirmou em depoimento que um dos assaltantes exigia dinheiro e afirmava saber que Orlando era militar. Durante a ação, a arma do assaltante que estava com ela disparou. Logo depois, ela ouviu o tiro que atingiu o marido dentro do quarto.
A dupla fugiu levando celulares, o gravador digital (DVR) com as imagens da câmera de segurança, bolsa com documentos, além um anel e relógio que Orlando usava. Depois que os assaltantes saíram, a PM foi acionada e iniciou as buscas pelos suspeitos.
A dupla foi encontrada pela PM em uma vila de apartamentos no bairro Canaã. No local, um dos suspeitos contou que o filho de Orlando foi quem entregou a arma e pediu que realizassem o assalto. Além disso, outro disse que uma mulher havia comentado que o tenente guardava dinheiro em casa — ela ainda não foi localizada. A polícia apreendeu um revólver calibre 38, nove munições deflagradas e três intactas.
Em nota, a Polícia Civil informou que o filho do tenente negou envolvimento no crime. Ele e os outros dois foram atuados em flagrante pelo crime por homicídio e aguardam audiência de custódia.
Segundo a PM, um dos assaltantes é ex-presidiário e o outro está no regime de albergue, que é quando o condenado por algum crime pode cumprir a pena fora do presídio. O crime foi registrado como homicídio contra agente da segurança pública e roubo.
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