
Rotas alternativas para os caminhões passam por dentro de 13 cidades do Tocantins. Em alguns trechos, asfalto afundou cerca de 30 cm e o movimento quebrou as calçadas. Mais de três meses após queda de ponte no rio Tocantins, moradores sofrem com estradas danificadas.
Reprodução/Jornal Nacional
Mais de três meses depois da queda da ponte no rio Tocantins, moradores estão sofrendo com a deterioração das estradas e até mesmo das cidades.
O asfalto está tão danificado que nem parece mais que a estrada é pavimentada. O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, entre o Tocantins e o Maranhão, em dezembro de 2024, desviou parte do tráfego de caminhões da rodovia federal Belém-Brasília para cinco rodovias estaduais do Tocantins. Como, por exemplo, a TO-201. Agora, veículos de cargas dividem espaço com os carros de passeio e até ambulâncias.
“É muito complicado, porque o asfalto não foi feito para ter esse suporte de carga todinho e agora com esse fluxo todo deteriorou tudo”, conta o comerciante Beatriz Ferreira Silva.
As rotas alternativas para os caminhões também passam por dentro de 13 cidades do Tocantins. Na principal avenida de Axixá em janeiro o asfalto afundou cerca de 30 cm e o movimento quebrou as calçadas.
“Ninguém tem sossego nem de dia nem de noite. Isso aqui é dia e noite desse jeito. Eles vão passando e jogando o barro”, conta a dona de casa Nilva Pereira da Silva.
Em Tocantinópolis, a rua de acesso à balsa para a travessia para o Maranhão está completamente destruída. O peso dos caminhões estourou a tubulação e o esgoto corre a céu aberto.
“Olha, foi um transtorno muito grande, muito do impacto ambiental, impacto social, nós estamos com essas situações, já esgoto a céu aberto… A gente pede isso, que não fique no esquecimento”, diz a professora Lúcia Aguiar.
A situação é difícil também para os caminhoneiros, que levam mais tempo para transportar as cargas.
“Está demorando aqui em média três horas, duas horas para atravessar isso aqui”, diz o caminhoneiro Moracir Gomes.
A situação das estradas é caótica em todo o extremo norte do Tocantins. O governo estadual informou que não tem equipes e nem maquinários para fazer a manutenção sozinho e pediu socorro ao governo federal.
“O desvio de todo o trânsito da BR foi para as rodovias estaduais. O que nós queremos é só que eles [o governo federal] cuidem das rodovias nesse período da construção da ponte e que depois devolva para a população de Tocantins, pelo menos da forma que recebeu”, afirma Márcio Pinheiro, presidente da AGETO, a Agência Tocantinense de Obras.
O DNIT disse que assinou um contrato emergencial para fazer a manutenção de um trecho de pouco mais de 80 km das rodovias tocantinenses e que se prepara para contratar o mesmo serviço para outros 330 km ao custo total aproximado de R$ 150 milhões. Apesar de ser um contrato emergencial, os serviços só devem começar a ser executados em junho.
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