ONU critica uso de nitrogênio para execução de um prisioneiro no Alabama, nos EUA


O Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos e a União Europeia compararam a crueldade do método de execução à tortura. O governo do Alabama declarou que ele recebeu tratamento humano. Kenneth Smith, homem condenado à pena capital no estado do Alabama, nos EUA
Reuters
Terminou na noite de quinta-feira (25), nos Estados Unidos, a história longa e perturbadora da condenação de um homem à pena de morte. Em 1988, Kenneth Smith cometeu um assassinato por encomenda. No ano seguinte, a Justiça decidiu que ele pagaria pelo crime com a própria vida.
A defesa recorreu. Em 1992, o julgamento foi anulado depois que a defesa provou que o estado do Alabama tinha usado critérios raciais para vetar algumas testemunhas. Mas Smith nunca chegou a ser libertado.
Em 1996, Smith foi julgado novamente e condenado. Os jurados recomendaram prisão perpétua. O juiz não aceitou e determinou a pena de morte.
Kenneth Smith ainda passou mais 26 anos no corredor da morte até o dia da execução. Ele foi amarrado a uma maca, mas os agentes encarregados de matar o condenado não conseguiram encontrar uma veia para aplicar a injeção letal e encerraram as tentativas depois de quatro horas.
As autoridades do Alabama ainda levaram mais de um ano para remarcar a data da execução do preso, e com um método nunca usado antes nos Estados Unidos. Até que, na noite de quinta-feira (25), quase 36 anos depois de Smith ter sido preso, os agentes puseram no rosto dele uma máscara para inalação de nitrogênio. Testemunhas disseram que, durante a execução, o prisioneiro se contorceu e, depois, permaneceu consciente entre dois e quatro minutos.
O Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos e a União Europeia compararam a crueldade do método de execução à tortura. O governo do Alabama declarou que ele recebeu tratamento humano.
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