Simone Biles sugere aposentadoria: “Sou humilde para saber quando parar”

É

inegável que Simone Biles já conquistou praticamente tudo que poderia querer em sua trajetória como ginasta e sua participação nas Olímpiadas de Paris de 2024 foram mais uma prova do talento inegualável de Biles – que saiu do ginásio com um colar de cabra (goat, em inglês, que também é uma expressão para “great of all times”, ou a melhor de todos os tempos) e sendo ovacionada pelo público e outros atletas.

Apesar do sucesso, a ginasta não parece estar muito disposta a continuar competindo e, em entrevista à revista Sports Illustrated, onde foi nomeada a pessoa do esporte do ano de 2024, confirmou seu desejo de se aposentar.

“Eu conquistei tanta coisa que não há quase nada a ser feito. Por que ser esnobe e tentar novamente? Estou em um ponto da minha carreira em que sou humilde o suficiente para saber quando parar”, afirma.

A vontade da atleta é compreensível, em especial ao lembrarmos o período afastada da ginástica por estar sofrendo com o shifting, um estado adoecido da mente onde a atleta não tem mais controle do próprio corpo, além do esforço físico necessário para continuar competindo.

Continuar na ginástica artística para tentar aumentar a coleção de 11 medalhas olímpicas, sendo sete de ouro, duas de prata e duas de bronze, seria, para Biles, “se eu voltar, seria ganância. Essas são as consequências”.

Para além dos riscos físicos e mentais, a atleta também lembra que se dedicar à ginástica exige tempo fora de casa e longe da família. Casada há menos de 1 ano com o jogador de futebol americano Jonathan Owens, esta questão parece pesar na análise de Biles sobre se aposentar ou não.

“Quais sacrifícios seriam feitos se eu voltasse agora? Quando você é mais jovem, é o baile de formatura, a faculdade. Agora, seria o começo da família, ficar longe do meu marido. O que realmente vale a pena?“, afirma.

Essa não é a primeira vez que Biles comenta sobre o desejo de se aposentar, mas é a primeira vez onde é explícita sofre sua vontade e admite estar considerando não competir.

Seu último comentário sobre o assunto foi feito em outubro de 2024, em entrevista ao jornal Los Angeles Times, onde confessou que a decisão de competir ou não nas Olimpíadas de 2028 estava em aberto, já que “nunca se sabe o que pode acontecer em quatro anos. Vamos esperar e ver”.