Atingida por surto de virose, Guarujá retira 76 ton de lixo das praias

São Paulo — Cidade atingida por um surto de virose, a Prefeitura do Guarujá, no litoral de São Paulo, recolheu 76,7 toneladas de lixo das praias após a comemoração do Réveillon, entre 2h30 e 8h do primeiro dia de 2025, conforme divulgado nessa sexta-feira (3/1) pela administração municipal.

O trabalho de limpeza foi encabeçado pela Secretaria de Operações Urbanas (Seurb) e o resultado é fruto da coleta de lixo das seis principais praias do município: Pitangueiras, Astúrias, Enseada, Guaiúba, Tombo e Pernambuco. Cerca de 700 funcionários participaram da força-tarefa, que incluiu também o reforço de varrição nas orlas.

“Surto de virose”

Turistas e moradores que passaram o Ano-Novo nas praias do Guarujá foram às redes sociais nos últimos dias reclamar de problemas de intoxicação. A maioria deles dizem estar sofrendo com sintomas gastrointestinais, como diarreias, vômitos, dores no corpo e enjoo.

Outras cidades do litoral paulista, sobretudo na baixada santista, também relataram o aumento nos casos de viroses. Foram registrados o mesmo problema em locais como Santos, Praia Grande e Itanhaém.

Na última sexta-feira (3/1), a gestão do Guarujá pediu para que a Sabesp investigue possíveis despejos irregulares de esgoto em praias da cidade. A companhia disse que prestou os esclarecimentos necessários à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Além disso, ressaltou que “as fortes chuvas podem sobrecarregar o sistema devido à entrada irregular de água pluvial, já que o sistema não foi projetado para essa finalidade”. Na quinta-feira (2), quando aconteceu o extravasamento, não havia chovido.

Em nota, a Prefeitura de Guarujá disse ainda que “o aumento no número de casos desse tipo é comum nesta época do ano, levando em consideração diversos fatores, como: temperaturas elevadas, aglomeração de pessoas e falta de cuidados com alimentação”.

Vazamento de esgoto

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) confirmou ao Metrópoles, neste sábado (4/1), que houve um extravasamento de esgoto na praia da Enseada, no Guarujá.

O vazamento, no entanto, teria ocorrido na quinta-feira (2/1), após o início do aumento de casos de viroses na cidade. A companhia nega que isso tenha relação com o problema de saúde.

Desde o último fim de semana (29/1), turistas e moradores relataram pelas redes sociais estarem sofrendo problemas de intoxicação após passar o feriado do Ano-Novo na cidade. A maioria deles diz ter sofrido com sintomas gastrointestinais, como diarreias, vômitos, dores no corpo e enjoo.

Balneabilidade

A praia da Enseada, no Guarujá, é uma das duas praias da cidade que está com a classificação de imprópria para banho pelo Boletim de Balneabilidade da Cetesb desde o dia 29 de dezembro.

Confira a lista das praias próprias para banho no Guarujá, segundo análise divulgada na última quinta (2/1) pela Cetesb:

Guarujá – Astúrias
Guarujá – Enseada (Av. Atlântica)
Guarujá – Enseada (Est. de Pernambuco)
Guarujá – Enseada (R. Chile)
Guarujá – Guaiúba
Guarujá – Iporanga
Guarujá – Pernambuco
Guarujá – Pitangueiras (Av. Puglisi)
Guarujá – Pitangueiras (R. S. Valadão)
Guarujá – Tombo

O que diz a Sabesp

A Sabesp afirma que diversos fatores influenciam a qualidade das praias, como crescimento urbano desordenado e ocupação de áreas irregulares. A companhia afirma que busca a universalização do saneamento em todos os municípios onde opera até 2029.

“No caso das regiões da Baixada Santista e do Litoral Norte, mantém o programa Onda Limpa. As cidades mais populosas da Baixada Santista — Santos, Guarujá, Praia Grande e São Vicente — possuem serviços de saneamento de alta qualidade, entre os melhores do país, como demonstram os rankings do setor nos últimos anos”, diz, em nota.

A Sabesp diz que o Programa Onda Limpa foi lançado em 2007 e vem expandindo a coleta de esgoto nas cidades litorâneas.

O que diz a Cetesb

A Cetesb afirma que monitora a balneabilidade de 175 pontos em praias situadas no litoral paulista.

“Em 2024, as praias paulistas monitoradas apresentaram melhora em relação ao ano anterior. Não foram observados picos de praias impróprias; nem em janeiro, que normalmente é um período crítico para a qualidade das praias em razão do afluxo de turistas e as chuvas intensas do verão”, afirma, em nota.

Segundo a Cetesb, a classificação anual mostra aumento da porcentagem de praias do litoral de São Paulo que permaneceram próprias, em todas as semanas do ano, passando de 25%, em 2023 para 36%, em 2024, índice superior a 2021, que atingiu 33%.

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