PM preso por 8/1 armou blitz para intimidar mulher no DF. Veja vídeo

Investigado por stalking, monitoramento ilegal e porte ilegal de armas, o coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)
Jorge Eduardo Naime Barreto (foto em destaque) é suspeito de usar a máquina pública para armar fiscalização contra uma empresária da capital federal. Segundo investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão à Corrupção (Drcor/Decor), o oficial foi contratado como “chefe de segurança” pelo ex-marido da mulher.

O casal passa por uma separação conturbada e o homem teria passado a perseguir a ex. As investigações apontam que Naime teria utilizado sua experiência e influência na segurança pública para facilitar a vigilância. Documentos revelam que ele não apenas coordenava a instalação dos dispositivos, mas também dirigia ações como abordagens policiais para intimidar ou pressionar a empresária e seus associados.

Um dos casos em apuração ocorreu em 30 de outubro de 2024, quando o motorista da mulher foi abordado por uma viatura da PMDF enquanto transportava uma das filhas da empresária e a babá, próximo a uma escola do Lago Sul. O episódio foi registrado por câmeras de segurança. A gravações, inclusive, mostram Jorge Eduardo Naime Barreto na execução e coordenação da blitz.

Dois homens – um de boné preto e outro de cabelos grisalhos, Jorge Naime – aparecem nas proximidades do colégio infantil. Pouco antes da abordagem, os dois posicionam-se estrategicamente em frente a uma barbearia. No momento exato em que o carro passou pela viatura da PMDF, esta iniciou o deslocamento, interceptando o veículo poucos metros à frente.

O motorista relatou que os policiais estavam armados e focaram a abordagem exclusivamente nele, solicitando sua habilitação, mas sem verificar os documentos do veículo. O condutor mencionou que teve seu celular confiscado temporariamente, enquanto um dos policiais fotografava seus documentos e outro permanecia em alerta, com arma em punho. A criança de 5 anos, que estava no carro, presenciou toda a situação.

A Polícia Civil concluiu que Naime não apenas monitorava o veículo da mulher, mas também coordenou toda a abordagem. Ele foi identificado nas imagens como o homem de cabelos grisalhos, vestindo tênis da marca Under Armour, igual ao que já havia sido visto usando em redes sociais.

Imagens postadas em redes sociais mostram o oficial da PM usando o mesmo tênis

 

Após a blitz, Naime foi registrado em conversa com os policiais dentro da viatura, onde permaneceu por cerca de um minuto antes de se afastar. Posteriormente, ele entrou em um veículo e deixou o local. A análise aponta que a ação foi cuidadosamente direcionada, com o objetivo de intimidar a empresária e aqueles ao seu redor.

Tornozeleira
Naime foi um dos alvos das investigações sobre os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília, que culminaram em sua prisão preventiva no início de 2023. Ele foi acusado de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano ao patrimônio público, incluindo o ataque às sedes dos Três Poderes.

Em maio de 2024, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória ao coronel, impondo a ele medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de se ausentar do Distrito Federal e recolhimento domiciliar noturno.

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