Ásia: saiba por que Cenipa analisa caixa-preta de Embraer que matou 38

A colaboração do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na investigação da queda da aeronave que se acidentou no Cazaquistão, na Ásia Central, no último dia 25/12, atende a um pedido da Autoridade de Investigação do país.

A aeronave, o Embraer 190 de matrícula 4K-AZ65, caiu a cerca de 3 quilômetros de Aktau, no Cazaquistão. O avião seguia de Baku para Grozny, na Chechênia e pertencia à Azerbaijan Airline. Embarcaram 67 pessoas, sendo cinco delas membros da tripulação. Houve 38 mortes.

Ao Metrópoles, o Cenipa afirmou que colabora com diversos países que, assim como o Brasil, atuam em conformidade com o anexo 13 da Convenção sobre Aviação Civil Internacional, “oferecendo apoio técnico necessário e especializado”.

“Essa atuação em parceria com diversas Agências de Investigação de outros países, similares ao Cenipa, tem como objetivo promover o incremento da segurança do setor aéreo para todas as nações, trazendo, por consequência, ensinamentos que beneficiarão toda a sociedade”, afirmou o órgão ao Metrópoles, por meio de nota.

O Cenipa informou nesta quinta-feira (2/1) que iniciou a análise dos dados das caixas-pretas. Se trata de dois dispositivos chamados tecnicamente de Cockpit Voice Recorder (CVR) e o Flight Data Recorder (FDR).

O primeiro equipamento (CVR) grava a comunicação entre os pilotos e deles com a torre de comando. Já o segundo registra dados de voo como comandos dados pelos pilotos, altitude, velocidade, etc (FDR). As duas caixas-pretas chegaram ao Brasil na terça-feira (31/12).

O envio de caixas-pretas a outros países é comum nas investigações. Isto acontece quando um país tem um domínio maior em determinada tecnologia para a coleta e a avaliação dos dados.

Tecnologia

O Cenipa possui um laboratório especializado em dispositivos de registros de dados de voo, o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (LabData).

Para os trabalhos, o Cenipa vai receber três investigadores do Cazaquistão, além de investigadores convidados por aquele país, sendo três do Azerbaijão e três da Rússia.

“Todos acompanharão o processo de degravação dos dados, contando com o apoio técnico e especializado dos investigadores do Cenipa, bem como com toda a infraestrutura e tecnologia disponível no LabData”, disse trecho de comunicado enviado à imprensa na segunda.

Os dados que forem extraídos das caixas-pretas serão enviados à Autoridade de Investigação de Acidentes Aeronáuticos do Cazaquistão.

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