Ataque a uma feira de Natal desencadeia crise política na Alemanha


O Partido Alternativa para a Alemanha organizou uma marcha na cidade do ataque com mensagens anti-imigração. Isso porque o autor do crime é um médico da Arábia Saudita. Ataque a feira de Natal na Alemanha causa crise política
Na Alemanha, o ataque a uma feira de Natal na sexta-feira (20) desencadeou uma crise política.
A igreja mais próxima do local do ataque está tomada de flores, velas e alguns brinquedos – que fazem memória ao menino de 9 anos morto no atropelamento. Além dele, quatro mulheres morreram, e mais de 200 pessoas ficaram feridas quando um homem jogou um carro contra uma multidão em Magdeburg, em uma feira de Natal.
A motivação do crime ainda não está clara. Entre as homenagens, um recado escrito à mão pedindo que a dor e a raiva não se transformem em ódio.
“Esse momento não deveria ser usado para fins políticos. Mas muitos partidos vão aproveitar para espalhar suas ideias”, afirmou um homem.
extrema-direita alemã já avançou sobre a pauta
Jornal Nacional
A extrema-direita alemã já avançou sobre a pauta. O Partido Alternativa para a Alemanha organizou nesta segunda-feira (23) uma marcha, em Magdeburg, a cidade do ataque, com mensagens anti-imigração. Isso porque o autor do crime – que está preso – é um médico da Arábia Saudita, que tinha status de refugiado na Alemanha.
Os investigadores afirmam que o suspeito tinha um comportamento “atípico”. Em postagens na internet, ele demonstrava aversão a outros imigrantes, ódio à comunidade islâmica, e simpatia pelas ideias de extrema-direita – inclusive mensagens de apoio ao Partido Alternativa para a Alemanha, que protestou contra ele nesta segunda-feira (23).
O criminoso também espalhava teorias da conspiração e ameaças contra o governo. A oposição acusa agências de segurança de terem falhado na prevenção do ataque porque o criminoso deixou rastros na internet e mostrava uma tendência extremista.
Nesta segunda-feira (23), a ministra do Interior da Saxônia-Anhalt – o estado onde aconteceu o crime – disse que a polícia entrou em contato com o médico saudita em 2023 e em outubro de 2024, mas não explicou por que os agentes o procuraram. Os parlamentares estaduais convocaram uma sessão de emergência para examinar por que tantos alertas parecem ter sido ignorados.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, disse que o governo federal avalia discutir novas leis que podem aumentar vigilância em torno de estrangeiros e prometeu que a investigação sobre o suspeito e também sobre as autoridades de segurança não vai deixar pedra sobre pedra.
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