Deputados bancam R$ 1 mi em shows neste ano em cidade onde ponte caiu

A cidade de Aguiarnópolis (TO), onde uma ponte desabou nesse domingo (22/12) e deixou dois mortos e 12 desaparecidos, pagou pelo menos R$ 1,8 milhão em cachês a artistas e grupos musicais para apresentações em festivais deste ano no município. O valor equivale a cerca de 5% de todo o orçamento da prefeitura.

Desse total, cerca de R$ 1 milhão foi bancado por meio das chamadas emendas Pix. Tratam-se de uma modalidade de emenda parlamentar pouco transparente, em que o prefeito recebe o dinheiro rapidamente e a contratação não precisa passar por regras mais rígidas de fiscalização.

Apesar de a ponte Juscelino Kubitschek, que desabou, ser de responsabilidade do governo federal, a alocação de recursos vultuosos em festas e shows pode evidenciar uma distorção de prioridades na política pública.

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A ponte liga os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Ela foi inaugurada em 1960.

Imagem do local onde ponte cedeu
Vereador filmava estado precário da ponte quando estrutura caiu. Veja
Ponte que desabou entre Tocantins e Maranhão
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O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira

Polícia Militar de Tocantins

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A ponte liga os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Ela foi inaugurada em 1960.

Corpo de Bombeiros

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Imagem do local onde ponte cedeu

Reprodução/Redes sociais

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Reprodução/ Redes sociais

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Vereador filmava estado precário da ponte quando estrutura caiu. Veja

Reprodução/Redes sociais

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Ponte que desabou entre Tocantins e Maranhão

Aguiarnópolis é uma cidade com 5 mil habitantes e contratou artistas de alcance nacional para seus festivais.

Entre 24 e 26 de maio, a prefeitura celebrou o 30º aniversário do município com a presença de nove artistas pagos com dinheiro público. A primeira noite foi estrelada por cantores gospel. Davi Sacer, Valesca Mayssa e Marquinhos Gomes ganharam, respectivamente, R$ 140 mil, R$ 130 mil e R$ 115 mil de cachês, segundo dados do portal da transparência local consultados pela coluna.

 

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No dia seguinte à noite cristã, foi a vez da banda Moleca 100 Vergonha se apresentar. O grupo ganhou R$ 200 mil da prefeitura. Naquele sábado (25/5) também se apresentou o grupo Cavaleiros do Forró, que recebeu mais R$ 150 mil em dinheiro público, e Kevin Baetz, que recebeu R$ 8 mil

Para fechar a festa, o domingo contou com apresentações da dupla Ricardo & Thiago (que ganhou R$ 90 mil em cachê), do DJ Igor Cunha (R$ 80 mil) e do cantor de arrocha Nadson O Ferreirinha (R$ 280 mil), a estrela do evento.

A maioria desses cachês tem como fonte de recursos as emendas Pix. O site da prefeitura não detalha, porém, quem foram os autores dos repasses.

O banner de divulgação dos shows aponta, no entanto, que o evento teve apoio do deputado federal Filipe Martins (PL-TO) e dos deputados estaduais Jair Farias (sem partido) e Fabion Gomes (PL), eleito prefeito de Tocantinópolis.

Banner de divulgação de shows traz nomes de deputados federal e estaduais
Banner de divulgação de shows traz nomes de deputados federal e estaduais

Em julho, a prefeitura realizou shows com Deávele Santos (R$ 150 mil), Forró do Muído (R$ 120 mil), Vitor & Luan (R$ 120 mil), Zé Ottávio (R$ 80 mil), Taísa Marques (R$ 70 mil) e, novamente, Kevin Baetz (R$ 8 mil). A fonte de recursos consta, nesses casos, como “outros convênios dos estados”.

Já em 11 de novembro, Aguiarnópolis celebrou o dia do evangélico com um show da cantora adolescente Maria Marçal, que recebeu R$ 150 mil em cachê. Ela tem apenas 15 anos e é um fenômeno no mundo gospel, com mais de 5 milhões de seguidores no Instagram. A fonte do pagamento à artista consta no site da prefeitura como “impostos não vinculados”.

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