Operação Chibarrada: PM prende foragido suspeito de tráfico de drogas em Monte Alto, SP


Homem foi achado no Jardim Laranjeiras após denúncia anônima nesta quarta-feira (11). Ao todo, sete pessoas, entre elas os chefes do esquema, foram presas. Cerca de R$ 4,6 milhões foram movimentados. A Polícia Militar prendeu na tarde desta quarta-feira (11) um dos dois foragidos da Operação Chibarrada, deflagrada na terça-feira (10) em Monte Alto (SP) para combater uma organização de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Leandro Aparecido Costa, o Mundissa, foi encontrado pelos policiais no bairro Jardim Laranjeiras após denúncia anônima. Na terça-feira, a força-tarefa da Polícia Federal (PF) e do Grupo de Ações de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, cumpriu um mandado de prisão temporária contra o investigado, mas ele não havia sido localizado.
Nesta quarta-feira, Costa foi levado à delegacia de Monte Alto, onde permanece à disposição da Justiça.
Segundo a investigação, ele seria pessoa de confiança de Willian Carlos da Silva, apontado como chefe do grupo. Costa era responsável por apresentar comprovantes de transferências e listas dos devedores e valores da venda de drogas a Willian.
O g1 não localizou a defesa do suspeito para comentar o assunto até a publicação desta matéria.
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Combate ao tráfico de drogas
Ao todo, sete pessoas foram presas temporariamente em Monte Alto e em Ribeirão Preto (SP) e uma ainda é considerada foragida. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos dois municípios, em Matão (SP) e em Fortaleza (CE).
O grupo deve responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, ultrapassam 35 anos de prisão.
As investigações apontam que a quadrilha movimentou cerca de R$ 4,6 milhões em menos de dois anos. Bens e contas bancárias foram bloqueados pela Justiça.
Preso em operação da PF e do Gaeco, Mikael Destefano Ferreira usava foto de Pablo Escobar em perfil de rede social
Reprodução
Segundo a apuração do Gaeco e da PF, Alexandre Henrique Rodrigues, conhecido como Bodinho, era investigado desde o começo de 2023, e, inicialmente, foi apontado como o líder do grupo. Ele teria assumido o posto de outro traficante que comandava o crime na região de Ribeirão Preto, mas que acabou preso em uma operação em 2022 no Norte do país.
O apelido dele deu origem ao nome da operação batizada de “Chibarrada”, que significa rebanho de caprinos. Bodinho foi preso nesta terça-feira.
Com o avanço das investigações, o Ministério Público descobriu que Bodinho era uma espécie de sub-gerente do líder apontado como Willian Carlos da Silva, que também foi preso nesta terça-feira. Com ele, foram apreendidos cerca de R$ 500 mil em espécie.
“Essa investigação começou com uma figura central, depois percebeu que tinha uma ascendência. Não era mais o líder, o líder estava acima dele, que foi preso hoje com essa dinheirama, que representa a hierarquia dele. Uma investigação que detectou uma estrutura criminosa voltada para o tráfico de drogas com lideranças baseadas em Ribeirão Preto e atividades em Monte Alto e região”, disse o promotor do Gaeco, Frederico de Camargo.
Líder de grupo alvo da PF e Gaeco por tráfico de drogas foi preso com meio milhão de reais em dinheiro em Ribeirão Preto
Polícia Federal
Consta nos documentos do caso que Willian cuidava do transporte e do armazenamento dos entorpecentes. Ele mantinha contato com fornecedores e efetivava as vendas a compradores de outras cidades da região. Após a aquisição da droga, ele destinava parte dela para “lojas” em Monte Alto e outra parte a traficantes menores.
“Em Monte Alto, eles tinham uma estrutura de subalternos, funcionários e gerentes desde quem fazia a logística, que chamamos de freteiro, até aquele que fazia a contabilidade e a ponta do varejo, que vendia nas tais lojas, pontos de revenda”, afirma o promotor.
O Gaeco e a PF identificaram aberturas de contas bancárias com uso de documento falso, movimentação de dinheiro em espécie, ação comum na lavagem de dinheiro, registro de bens em nomes de terceiros e contas em nomes de laranjas.
De acordo com a investigação, a participação de Alexandre “Bodinho” era a de fornecer contas bancárias para Willian. Ele fazia a movimentação e pagava contas relacionadas à venda de drogas.
Da esquerda para a direita, Mikael Destefano Ferreira, Alexandre ‘Bodinho’ Henrique Rodrigues, Willian Carlos da Silva e Tiego Braian Martins Santana, presos na Operação Chibarrada
Reprodução
Mikael Destefano Ferreira é apontado pela investigação como o responsável pela contabilidade e pelo abastecimento da droga. Ele usava fotos do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, um dos maiores criminosos da história, em seu perfil nas redes sociais.
Já Tiego Braian Martins Santana cuidava do transporte da droga e da coleta do dinheiro movimentado.
“A lavagem de dinheiro ficou evidente com a apreensão do dinheiro em espécie, porque o dinheiro é oriundo do tráfico de drogas e eles teriam que arrumar uma forma desse dinheiro ser inserido de uma forma aparentemente legal, como imóveis e veículos”, diz o promotor.
Ainda de acordo com Camargo, a liderança da organização levava uma vida incompatível com as rendas informadas às autoridades. Durante o cumprimento dos mandados, carros também foram apreendidos.
Os celulares apreendidos com os investigados serão analisados e podem apontar à PF e ao Gaeco a participação de mais pessoas no esquema.
Prisão de investigado pela Operação Chibarrada em Ribeirão Preto, SP
Divulgação
O que dizem as defesas
Procurado, o advogado Telles Rodrigo Gonçalves, que defende Willian Carlos da Silva, disse que a inocência do cliente será provada durante o processo.
As defesas de Alexandre Henrique Rodrigues e Mikael Destefano Ferreira não foram localizadas para comentar o assunto até a publicação desta matéria.
A defesa de Tiego informou que não teve acesso integral às investigações, mas a inocência dele também será provada.
📺 Assista à reportagem do EPTV2 de terça-feira (10):
Suspeitos comandavam tráfico em Monte Alto de apartamentos em Ribeirão Preto
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