Macron afirma que ‘França se opõe’ ao acordo UE-Mercosul

O presidente francês Emmanuel Macron, em Montreal, CanadáLudovic Marin

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou neste domingo (17), em Buenos Aires, que seu país não “assinará como está” o tratado de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul, garantindo que deseja “tranquilizar os agricultores” ao afirmar que “a França é contra” o acordo.

“A França se opõe a este acordo. E vou lhes dizer: o presidente [Javier] Milei, ele mesmo me disse que não estava satisfeito” com este texto, declarou Macron, após uma visita à Argentina, durante a qual se encontrou duas vezes com seu homólogo argentino.

Neste contexto, Macron contou ter dito ao anfitrião que “para a Argentina, [o acordo UE-Mercosul] seria muito ruim para sua reindustrialização e, no nosso caso, seria muito ruim para a nossa agricultura”.

“Não acreditamos no pré-acordo tal como foi negociado”, explicou Macron, questionado pela imprensa na pista do aeroporto em Buenos Aires, antes de seguir para o Brasil, onde ambos os líderes participarão da cúpula do G20 na segunda e terça-feira.

Questionado sobre a possibilidade de a União Europeia ignorar a posição francesa, Macron respondeu: “Não acredito […] Reconheço na presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um grande respeito pela França”.

“Não podemos pedir aos nossos agricultores […] que mudem suas práticas, que prescindam determinados produtos fitossanitários”, para ter uma produção de “alta qualidade”, e “ao mesmo tempo, abrir nosso mercado para importações em massa de produtos que não respeitam os mesmos critérios”, destacou o presidente francês.

A Comissão Europeia, apoiada por vários países como Alemanha e Espanha, espera assinar até o final do ano o tratado de livre comércio negociado ao longo de décadas com o Mercosul.

Os agricultores franceses, apoiados pela classe política, planejam se mobilizar contra o acordo a partir de segunda-feira.

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