De olho na “Superquarta”: o que os economistas estão falando sobre a inflação

BPC e Apostas: Por Que o BC Tem Dificuldade em Rastrear Esses Gastos?

Os investidores já estão de olho na Super Quarta, quando o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central do Brasil (BCB) divulgarão suas decisões de política monetária. O evento, que acontece na próxima semana, será decisivo para os mercados, já que as sinalizações das autoridades monetárias podem definir o ritmo dos cortes de juros nos próximos meses. No Brasil, o IPCA de fevereiro veio acima das expectativas de algumas instituições, reforçando o debate sobre a trajetória da Selic. Mas o que os economistas estão dizendo sobre essa inflação e quais as expectativas para a decisão sobre juros no Brasil.

Inflação no radar do BC: o que dizem os economistas

O economista Maykon Douglas destaca que o resultado do IPCA divulgado na última quarta (12), “já era esperado, principalmente pelo impacto da energia elétrica (+16,80%), que reverteu os efeitos do Bônus de Itaipu observado em janeiro.” No entanto, ele aponta que a composição da inflação segue preocupante, com pressões persistentes nos alimentos e nos serviços subjacentes, o que pode comprometer uma trajetória mais controlada da inflação ao longo do ano. “O trabalho do Banco Central segue desafiador e, por enquanto, mantenho o cenário de juros subindo a 16% ao ano neste ciclo de alta“, avalia.

Para economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, último dado divulgado da inflação “sinaliza um aquecimento inflacionário maior do que o previsto, o que pode influenciar a comunicação e postura do Banco Central nas próximas reuniões.” Ele destaca que “o índice traz maior confiança para o board em executar uma nova elevação de 100bps, mas acende um alerta sobre o quão aberta deverá ser a comunicação para a próxima reunião“. Por isso, Sanchez acredita que a autoridade monetária deverá reforçar seu compromisso com o regime de metas de inflação e manter uma postura de juros restritivos por um período prolongado, garantindo que as expectativas permaneçam ancoradas.

O economista Leonardo Costa, do ASA, chama atenção para a deterioração qualitativa do IPCA de fevereiro, especialmente pela resistência dos serviços em patamar elevado. Ele destaca que “a média móvel de três meses da inflação de serviços está rodando em 7,8%, o mesmo nível do mês anterior, o que segue incompatível com a meta de 3% do Banco Central“. Apesar disso, Costa observa uma desaceleração na inflação de bens industrializados, impulsionada pela volatilidade no segmento de cuidados pessoais, mas ressalta que o núcleo de bens, excluindo esse grupo, permaneceu estável. Com esse cenário, ele projeta IPCA de 5,7% para 2025, com possível revisão para cima em março, devido a uma coleta de preços de alimentos mais pressionada no início do mês.

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