Torneio de robótica abre mundo de possibilidades para jovens brasileiros

Em 12 anos de competições, o Brasil se tornou uma referência internacional. Ganhou mais de 110 prêmios, mas as conquistas vão muito além. Competição em Brasília revela talentos da robótica
Uma competição em Brasília está revelando talentos da robótica.
Mais de 2,2 mil competidores. Em jogo, dez vagas para o maior torneio de robótica do mundo. Com muita paixão na torcida, mas também muito foco e conhecimento nas disputas contra o relógio.
Robôs pensados e montados por alunos de nove aos 19 anos, fascinados por ciência exatas: matemática, física, engenharia, informática. Tem que mostrar habilidade para pegar objetos, acertar o alvo, se pendurar. Com uma exigência fundamental: jogar com respeito à ética.
Na disputa, não há inimigos, apenas adversários de ocasião e todos ali são incentivados a participar de projetos sociais.
Em 12 anos de competições, o Brasil se tornou uma referência internacional. Ganhou mais de 110 prêmios, mas as conquistas vão muito além disso. A robótica criou um mundo de possibilidades para milhares de jovens brasileiros.
A estudante Bianca Gajardoni foi três vezes campeã mundial do torneio. Vinda de escola pública de Birigui, em São Paulo, está de mudança para os Estados Unidos. Ganhou uma bolsa integral da Universidade John Hopkins, uma das mais conceituadas do mundo, para fazer a graduação e o mestrado em engenharia biomédica.
“Eu desenvolvi uma luva capaz de ajudar pessoas com fibromialgia a praticarem atividade física. Eu mandei esse projeto para as universidades americanas e consegui essa bolsa 100% e eu estou indo para lá em agosto. Estou muito feliz, muito feliz”, conta Bianca.
O estudante Bruno Ósio também é ex-aluno de escola pública, e graças a robótica já visitou os Estados Unidos, a Turquia e a Suíça. Agora, trabalha no Brasil para uma das maiores empresas do mundo no ramo.
“As escolas que apoiam esse tipo de robótica criam líderes no mundo, depois, quando eles viram adulto, entendem qual é o valor da robótica no mundo”, diz Bruno.
Quem organiza uma competição que semeia tanto, que colhe tanto, também vive uma disputa contra o relógio: a pressa em ampliar o projeto o quanto antes para o maior número possível de alunos.
“Sobretudo trazendo mais a escola pública. Este ano, nós temos 35 escolas públicas, mas o Brasil tem 178 mil escolas públicas, 47 milhões de jovens. Nós queremos que as juventudes brasileiras possam construir o seu futuro a partir de uma educação de excelência”, diz Rafael Lucchesi, diretor superintendente do SESI.
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