
O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (13) em alta de 1,43%, aos 125.637 pontos, impulsionado pela forte valorização das ações da B3 (B3SA3) e CSN (CSNA3). Já a Casas Bahia (BHIA3) teve uma queda expressiva de 12,82%, refletindo preocupações com o varejo.
Para entender os destaques do dia, Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, analisou os principais movimentos do mercado no programa Closing, da BMC News.
B3 (B3SA3) dispara 10,48% após decisão favorável no Carf
Um dos principais destaques do dia foi a B3, que registrou uma valorização de 10,48%, impulsionada pela decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que cancelou uma cobrança fiscal de R$ 5,77 bilhões. A notícia reduziu riscos para a empresa e animou os investidores.
Belitardo destacou que esse passivo vinha sendo um problema para a companhia há anos:
“Desde o meu primeiro emprego no Safra, cobrindo empresas de serviços financeiros, já se falava desse passivo. Ele representava mais de 50% do valor de mercado da B3. A decisão do Carf foi extremamente positiva e ajudou a impulsionar a alta da ação.”
No entanto, o gestor também alertou sobre os riscos no longo prazo, citando a possibilidade de concorrência:
“A B3 é um monopólio, mas já existem discussões sobre novas bolsas. Se surgir uma concorrente real, pode haver um impacto negativo na empresa.”
Apesar da forte alta no curto prazo, Belitardo afirmou que não pretende ter ações da B3 na carteira devido ao risco competitivo.
CSN (CSNA3) sobe 7,91% com expectativas para o projeto P15
A CSN Mineração (CEMIM3) também foi um dos destaques positivos do pregão, avançando 7,91%, mesmo após divulgar um prejuízo líquido de R$ 85 milhões no 4T24. O mercado reagiu bem aos dados operacionais acima das expectativas, especialmente ao Ebitda ajustado de R$ 3,3 bilhões, que superou as projeções dos analistas.
Belitardo explicou que o fluxo de caixa negativo da empresa foi impactado pelos investimentos no projeto P15, um plano de expansão da produção de minério de ferro de alta qualidade.
“Esse projeto visa aumentar a margem da companhia e garantir mais rentabilidade no longo prazo. O mercado penalizou a CSN por conta do fluxo de caixa negativo, mas não considerou que isso é temporário e que o investimento vai trazer retorno no futuro.”
Além disso, ele ressaltou a solidez da empresa:
“A CSN Mineração tem uma dívida líquida de apenas 0,8x Ebitda e continua distribuindo dividendos elevados, com um ‘dividend yield’ entre 15% e 20%.”
A valorização da CSN contrariou algumas recomendações de venda de bancos como BTG Pactual e Banco Safra, que consideram o setor vulnerável à oscilação do preço do minério de ferro.
Casas Bahia (BHIA3) afunda 12,82% após resultados fracos
Na contramão do mercado, a Casas Bahia teve um tombo de 12,82%, refletindo os resultados negativos do 4T24. A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 452 milhões, uma redução em relação ao mesmo período do ano passado, mas ainda pior do que o esperado pelo mercado.
Belitardo atribuiu a queda a diversos fatores, como juros altos, concorrência acirrada e um possível follow-on:
“O cenário ainda é muito incerto para a Casas Bahia. Juros altos prejudicam o varejo, a concorrência cresce, e o controle de custos fica cada vez mais difícil. Além disso, há rumores de um possível follow-on para reforçar o caixa da empresa, o que pode pressionar ainda mais o preço das ações.”
Ele também mencionou o efeito do short squeeze, que levou as ações da varejista a uma disparada no início do ano:
“Havia muitos vendidos no papel e uma gestora entrou comprando forte, o que causou um short squeeze. Agora, com os fundamentos fracos, a ação está devolvendo os ganhos.”
Apesar da forte queda, Belitardo não vê recuperação no curto prazo:
“Mesmo com a queda recente, o varejo continua sendo um setor desafiador e sem grandes perspectivas para 2025.”
Mercado segue volátil com destaques em ações específicas
O pregão de hoje foi marcado por fortes oscilações, com ações como B3 e CSN em alta, enquanto Casas Bahia despencou.
Para os investidores, o cenário segue desafiador, com fatores como juros altos, incertezas fiscais e tensões no comércio internacional influenciando os preços dos ativos.
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