O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (13) que concorda com cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, proposta dos Estados Unidos, mas que os termos precisam ser definidos.
Em uma entrevista coletiva no Kremlin após conversas com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko Putin ainda enfatizou que isso deve abrir caminho para uma paz duradoura.
“Concordamos com as propostas para cessar as hostilidades. Mas partimos do fato de que essa cessação deve ser tal que levaria a uma paz de longo prazo e eliminaria as causas originais desta crise”, acrescentou.
Putin também questionou alguns detalhes de um eventual cessar-fogo, como quem será o responsável por garantir que ele será respeitado, dado que a fronteira entre a Rússia e Ucrânia tem mais de 2 mil quilômetros de extensão.
Ainda de acordo com ele, a Ucrânia poderia usar os 30 dias de paz para reorganizar tropas e treinar novas unidades. “Como os problemas de verificação serão resolvidos? E como teremos a garantia de que nada assim vá ocorrer? A ideia em si [do cessar-fogo] é correta e certamente apoiamos, mas há perguntas que devemos discutir pensar”, finalizou.
Putin agradeceu a Trump por seus esforços para acabar com a guerra.
“A ideia em si é correta, e certamente a apoiamos”, disse Putin. “Mas há questões que precisamos discutir. E acho que precisamos conversar com nossos colegas americanos também.”
Putin disse que pode ligar para Trump para discutir a questão. “Apoiamos a ideia de acabar com este conflito por meios pacíficos.”
Na Casa Branca, na quarta-feira (12), Trump afirmou que esperava que o Kremlin concordasse com a proposta americana.
O conflito
A Russia enviou dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em 2022, desencadeando o maior confronto entre Moscou e o Ocidente desde o auge da Guerra Fria. São 3 anos de conflitos.
Desde meados de 2024, as forças russas estão avançando e controlam quase um quinto do território da Ucrânia.
Ainda na quarta-feira (13), Putin vestiu um uniforme de camuflagem verde para visitar um posto de comando na região de Kursk, no oeste da Rússia, onde a Ucrânia deve perder sua posição após uma grande ofensiva das forças russas.
Na coletiva desta quinta-feira, o presidente russo afirmou, ainda, que os ucranianos em Kursk têm duas opções: “morrer ou serem capturados”.
Entre as principais razões apontadas pela Rússia para a existência do conflito estão a expansão da Otan pelo leste europeu, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar. E a contestação ao direito da Ucrânia à soberania independente da Rússia.
