“Cometa sem cabeça” deve atravessar o céu na noite de Halloween; saiba como ver

Cometa C/2024 S1 ATLAS em 20 de outubro, da Fazenda Astro Tivoli, Namíbia Michael Jäger, Gerald Rhemann

O mês de outubro irá ganhar mais um fenômeno astronômico. À medida que o C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) vai ganhando distância do nosso planeta, os habitantes da Terra terão a oportunidade de ver o C/2024 S1 (ATLAS), que promete ficar mais brilhante que Vênus.

A expectativa é que o fenômeno astronômico possa ser visto até o dia 31 de outubro (conhecido também como Halloween ou Dia do Saci, no Brasil). O C/2024 S1, porém, pode não atender às expectativas de luminosidade, ainda ser desmembrado – ficando conhecido como o “cometa sem cabeça”, o que seria perfeito para a data.

Esse é o segundo cometa que pode ser visto neste mês de outubro, concorrendo como o  “mais brilhante do século”. Anteriormente, C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) foi o mais brilhante dos últimos 13 anos a passar próximo a Terra e visível a olho nú.

Segundo o site Star Walker Space, o C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) adquiriu uma longa cauda, com cerca de 42 vezes o tamanho do disco da Lua Cheia. Isso porque o astro passou pelo Sol, aqueceu consideravelmente, as partículas de gelo se evaporam e escaparam rapidamente para o espaço. Com isso, uma grande quantidade de poeira se espalhou, formando uma cauda longa e brilhante. 

O possível “comenta sem cabeça”

Recentemente, especulações na mídia internacional sugeriram que o O C/2024 S1 (ATLAS) poderia brilhar a ponto de ser visível à luz do dia, mas a informação é enganosa. Sinais de sua fragmentação já são visíveis, o que explica seu brilho reduzido à medida que se aproxima do Sol.

À medida que cometas se aproximam da nossa estrela, geralmente seu brilho aumenta rapidamente. No entanto, com apenas uma semana para o ATLAS alcançar a fotosfera solar, sua luminosidade está em torno de magnitude 10 – cerca de 40 vezes mais fraco que a estrela mais tênue visível a olho nu, e com indícios de enfraquecimento.

O cometa C/2024 S1 (ATLAS) chegou a desenvolver uma fina cauda de gás de 1 grau de comprimento. Isso também pode ser um sinal do processo de desintegração do núcleo do cometa. Segundo os especialistas, à medida que fragmentos individuais se soltam do objeto espacial, eles queimam, aumentam a área da coma e, assim, aumentam abruptamente o brilho do cometa. 

Ainda há a possibilidade de um grande fragmento do núcleo do cometa sobreviva à fragmentação. 

O C/2024 S1 (ATLAS) pertence à família Kreutz, série de cometas rasantes, caracterizados por órbitas que os colocam extremamente próximos do Sol no periélio. Especialistas acreditam que sejam os fragmentos de um grande cometa que partiu-se vários séculos. Esse tipo de atrás leva o nome do astrônomo alemão Heinrich Kreutz, que foi o primeiro a demonstrar que eles eram relacionados.

Pesquisas indicam que, há quase mil anos, um grande cometa fragmentou-se em pedaços de diversos tamanhos, que continuam a orbitar o Sol em ciclos de 500 a 800 anos. Esses fragmentos passam muito próximos ao Sol, chegando a menos de 1,5 milhão de km de distância. O cometa ATLAS é um desses fragmentos e deve alcançar 548,8 mil km do Sol em 28 de outubro, enfrentando temperaturas extremas e forças gravitacionais intensas – um desafio à sua integridade.

Como ver o cometa?

O melhor momento para ver o cometa será próximo ao Halloween. No Hemisfério Sul, o melhor momento para observar o fenômeno é nos dias antes do periélio, em 28 de outubro. Entretanto, o cometa pode já ter se desintegrado. Nesse caso, os admiradores podem começar a procurá-lo o quanto antes. Já no Hemisfério Norte, o cometa pode ser visível por alguns dias após o periélio, se sobreviver.

O Cometa C/2024 S1 deve atingir o seu brilho máximo no periélio. A previsão é que o objeto chegue a uma luminosidade de magnitude de -5.1 em 28 de outubro, visível mesmo em um céu ao amanhecer aqui da Terra. Vênus, por exemplo, tem apenas -3,9 de magnitude.

De acordo com o guia de observação Starwalk.space, os principais marcos do cometa ATLAS incluem:

24 a 28 de outubro: Período de maior proximidade do Sol. O brilho aumenta, mas a desintegração é iminente. O objeto será visível ao amanhecer no Hemisfério Sul e em áreas do Hemisfério Norte.

25 de outubro: Entrada na constelação de Virgem, onde o Sol também está localizado.

28 de outubro: Periélio, com brilho estimado em magnitude -5.1, mas difícil de observar devido ao brilho solar.

29 de outubro a 6 de novembro: Caso o cometa sobreviva, ele se afastará do Sol e poderá desenvolver uma cauda longa e “sem cabeça”.

31 de outubro: Passagem pela estrela Espiga, na constelação de Virgem.

6 de novembro: Entrada na constelação de Corvus.

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