Gustavo Grandinetti lança biografia de Mário Quintana, no 4.º Flitabira


Grandinetti foi o único, dentre quatro biógrafos que se aventuraram pela escrita da vida de Quintana, que finalizou e publicou a biografia do poeta gaúcho O escritor Gustavo Grandinetti, atração confirmada da quarta edição do Festival Literário Internacional de Itabira, o Flitabira, lançará, no evento, seu trabalho biográfico a respeito do poeta Mário Quintana. Grandinetti participa de uma roda de conversa com Pierre Ruprecht e Rogério Duarte no dia 31 de outubro, quinta-feira, às 17h, no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, onde a quarta edição do Flitabira será realizada. O lançamento da obra biográfica sobre Mário Quintana será realizado após o encontro, às 18h, na área de autógrafos localizada na livraria do Flitabira.
A motivação de Gustavo para se dedicar a esse trabalho partiu de sua admiração pessoal por Mário Quintana, bem como pelo desejo de entender a personalidade e conhecer mais sobre a vida do autor. Diante de obscuridades e fatos desconhecidos ao público, Grandinetti se debruçou sobre a infância tolhida por condições de saúde, como lhe marcou o envolvimento da família nas escaramuças políticas da época, seu ingresso na Escola Militar e sua saída sem concluir o curso de formação militar, seu alistamento voluntário nas tropas de Getúlio Vargas na revolução de 1930 e seu pedido de baixa, sua paixão platônica por Cecília Meireles, cartas apaixonadas que recebia de uma jornalista, o alcoolismo, seu absoluto silêncio sobre o golpe de 1964, as conspirações que levaram à sua derrota nas três eleições da Academia Brasileira de Letras, dentre outros pontos.
O escritor Gustavo Grandinetti, autor da biografia de Mário Quintana
Fernando Rabelo
A pesquisa de Gustavo contou com a acolhida dos amigos do escritor, além do contato com pessoas que conviveram com Mário. O biógrafo conta, inclusive, que esse trabalho é dedicado a essas personalidades, que acabaram se tornando amigos. No entanto, diante do contato amistoso com essas fontes, Gustavo teve um problema: em razão da pandemia do coronavírus, o Instituto Moreira Salles, local onde está localizado o acervo de Mário Quintana ficou fechado por um tempo e, logo após sua reabertura, entrou em obras, que perduram até o momento presente. Mesmo assim, o escritor conta que foi possível reunir dados suficientes para escrever a biografia.
Três escritoras se dedicaram a escrever a biografia de Mário Quintana antes de Gustavo Grandinetti. Nenhuma delas chegou a finalizar o trabalho. Eloi Calage, biógrafa escolhida pelo próprio Mário Quintana, Tânia Carvalhal, especialista na obra do escritor, e Elena Quintana, seu braço direito, faleceram, respectivamente, em 2005, 2006 e 2019. Grandinetti contou com o auxílio de uma jovem de pouco mais de vinte anos quando deu início ao processo de pesquisa para escrever a biografia do escritor – no entanto, a jovem faleceu em 2022. Essa é a quarta tentativa de escrita da biografia de Mário Quintana e a primeira que é finalizada.
O poeta gaúcho Mario Quintana
Acervo IMS
Gustavo Grandinetti tece comentários a respeito de Mário Quintana e do trabalho biográfico feito a respeito da vida e da obra do escritor:
“Como não querer conhecer a vida de um homem que teve a sensibilidade de dizer algo como ‘amar é mudar a alma de casa’; ‘os anjos dão tudo de si sem jamais se despirem de nada’; ‘eles passarão, eu passarinho’, ‘Se as coisas são inatingíveis… ora!/Não é motivo para não querê-las…/Que tristes os caminhos, se não fora/A mágica presença das estrelas!’ e tantas outras que marcaram a vida de seus leitores? Mario Quintana certamente merece uma biografia. Foi um dos maiores poetas nacionais. Se sua obra é bem conhecida, já sua vida, nem tanto. Um solteirão convicto, amante da solidão, arredio socialmente, introvertido, mas com tiradas de um humor muito fino, que por vezes se transformava em sátira contundente, mas sofisticada. Amores, teve, inclusive, com desilusões amorosas, depois do que passou a ter paixões platônicas, silenciosas, até que, ele próprio, foi o objeto pretendido de uma paixão proibida. Viveu uma vida simples, franciscana. Preferia morar em pensões e hotéis porque não dava conta das coisas práticas da vida dos mortais. Ganhava pouco, mas fazia generosidades impensáveis. Recebeu muitos prêmios literários, mas o sonhado ingresso na Academia Brasileira de Letras lhe foi negado em três eleições seguidas. E assim seguiu Quintana entre glórias e mágoas. Enfim, o tempo passou, mas o Poeta continua passarinho!”.
Sobre o biógrafo
Gustavo Grandinetti, nascido no Rio de Janeiro, foi desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e é professor da UERJ. Fez mestrado e doutorado em Direito e pós-doutorado em Teoria das Ideias. Tem diversos livros e artigos jurídicos publicados no Brasil e em Portugal. Como magistrado, recebeu menção honrosa no Prêmio Innovare, em 2011. Na literatura, conquistou menção honrosa em concurso da União Brasileira de Escritores, na categoria prosa, em 1986; pelo romance inédito “Eu cego”, recebeu, também, menção honrosa em concurso da Academia Paulista de Letras/AMB, na categoria poesia, em 2019. É membro correspondente da Academia Petropolitana de Letras. Publicou, pela Editora Chiado, o livro de crônicas “Por trás da venda”, em 2018; e o romance “Romances no trem da história”, pela Editora Lacre, em 2021.
Sobre o Instituto Cultural Vale
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa. Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do País. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com programação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está.
Sobre o Flitabira
A 4.ª edição do Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira – acontece entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro de 2024, de quarta-feira a domingo, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Av. Carlos Drummond de Andrade, 666, Centro), com entrada gratuita.
Com o tema “Literatura, Amor e Ancestralidade”, o 4.º Flitabira tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com o apoio da Prefeitura de Itabira.
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