Celular de dono de site deu origem à investigação da PF contra Gayer

As investigações da Polícia Federal contra o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) e assessores de seu gabinete na Câmara tiveram origem em material que constava no celular do dono de um site de notícias do estado de Goiás.

O material estava no celular de João Paulo de Sousa Cavalcante, dono do site de notícias Goiás Online. Ele é suplente de vereador em Goiânia pelo Democracia Cristã e foi candidato a deputado estadual pelo PSL em 2018, quando não se elegeu.

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O deputado Gustavo Gayer é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro é apoiador de Jair Bolsonaro

Operação da PF teve como alvo assessores de Gayer suspeitos de desvio de cota parlamentar
Deputado Gustavo Gayer
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A operação contra Gustavo Gayer (PL-GO) foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

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O deputado Gustavo Gayer é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro é apoiador de Jair Bolsonaro

reprodução/instagram

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Operação da PF teve como alvo assessores de Gayer suspeitos de desvio de cota parlamentar

Vinicius Schmidt/Metropoles

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Deputado Gustavo Gayer

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Segundo a PF, o celular de João Paulo foi apreendido no âmbito do inquérito que investiga as invasões golpistas às do 8 de Janeiro de 2023. Ele é suspeito de ter financiado, incitado e participado das invasões às sedes dos Três Poderes.

“Após a análise do celular apreendido em poder de JOÃO PAULO DE SOUVA CAVALCANTE (sic), a Polícia Federal colheu elementos informativos do desvio de recursos públicos para a prática dos atos antidemocráticos, prática levada a efeito conjuntamente com o Deputado Federal GUSTAVO GAYER MACHADO DE ARAÚJO (sic). Tais fatos serviram de base à instauração da PET n. 12.042/DF, na qual foi concedida autorização para a investigação do parlamentar”, diz o ministro do STF Alexandre de Moraes na decisão em que autorizou a operação contra Gayer e assessores nesta sexta-feira (25/10).

Após analisar os dados do celular de João Paulo, a PF enviou uma representação sobre o caso ao Supremo. Nela, a Policia Federal narra a prática de quatro condutas criminosas praticadas por associação criminosa, cuja figura central seria Gustavo Gayer. São elas:

  • a) Peculato desvio, supostamente configurado na contratação do assessor João Paulo de Sousa Cavalcante, por intermédio da empresa “Goiás Online” (art. 312, caput, do Código Penal);
  • b) Peculato desvio, supostamente configurado através do uso de verba pública para remuneração de empresa particular (art. 312, caput, do Código Penal);
  • c) Falsificação de documento particular, supostamente configurado na aquisição de OSCIP mediante falsificação de documento particular (art. 298 do Código Penal); e
  • d) Associação criminosa (art. 288 do Código Penal).

A operação

A operação contra Gustavo Gayer e assessores de seu gabinete na Câmara foi deflagrada pela PF na manhã desta sexta-feira (25/10). Eles foram alvos de mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes.

A operação investiga uma associação criminosa voltada para desvio de recursos públicos da cota parlamentar e falsificação de documentos para criação de Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

A operação da PF envolve cerca de 60 policiais federais, que cumprem 19 mandados de busca e apreensão em cinco cidades diferentes: Brasília (DF), Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e Goiânia (GO).

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