Cinco suspeitos de envolvimento na morte de cacique no sul da Bahia são denunciados pelo MP-BA


Lucas Santos de Oliveira foi morto com 15 tiros na cidade de Pau Brasil. Três suspeitos estão presos e dois são considerados foragidos da justiça. Cacique Lucas Kariri-Sapuyá foi morto em emboscada na cidade de Pau Brasil, na BA
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Cinco homens suspeitos de integrar uma facção criminosa foram acusados de matar o cacique Lucas Santos de Oliveira, ou Lucas Kariri-Sapuyá, morto em 2023, na cidade de Pau Brasil, no sul da Bahia. Três deles estão presos e dois são considerados foragidos. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do estado (MP-BA) e divulgada pelo órgão nesta terça-feira (22).
Os denunciados foram Amatiry Fernandes Santos, Emerson Farias Fernandes, Michael Cardoso de Oliveira, Sandoval Barros dos Santos e Fábio Santos Possidônio, para os quais foi decretada prisão preventiva, a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco/MP-BA). Amatiry e Emerson estão foragidos da Justiça.
As investigações policiais apontam que o homicídio foi planejado e executado pelo grupo. No dia 21 de dezembro de 2023, quando Lucas Oliveira se deslocava da cidade para a Aldeia Indígena Caramuru, ele foi interceptado por dois criminosos em uma estrada vicinal e assassinado pelas costas, com 15 disparos de arma de fogo.
O crime teria sido ordenado de dentro do Presídio de Itabuna por Fábio Possidônio e cometido em represália ao cacique Lucas, que teria colaborado com a polícia denunciando o crime organizado e o narcotráfico na região do Território Caramuru Catarina Paraguaçu.
Além disso, uma disputa pelo cargo de diretor do Colégio Estadual Gerson de Souza Melo Pataxó contribuiu para que Lucas de Oliveira fosse considerado um desafeto dos traficantes.
A liderança indígena foi contrária ao resultado da eleição para direção da unidade escolar, em razão de supostas irregularidades no processo quanto às tradições indígenas, o que teria feito com que, por vingança, ele fosse apontado como o delator do tráfico à polícia.
Lucas Kariri-Sapuyá foi um dos 18 indígenas assassinados na Bahia em 2023, de acordo com o levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O relatório divulgado pelo Cimi, em julho, mostra que todos as mortes registradas no estado foram em cidades do sul e extremo sul baiano, com a mesma motivação: disputa de terras.
Lucas atuava na defesa dos direitos indígenas e era líder comunitário. Ele exercia as funções de cacique do Povo Pataxó Hã Hã Hãe e era coordenador regional do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas do Estado da Bahia (Mupoiba), além de conselheiro estadual de Direitos do Povos Indígenas da Bahia (Copiba), presidente do Diretório Municipal do Partido Rede Sustentabilidade e agente comunitário de saúde indígena.
O caso foi investigado pela Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF), da Polícia Civil.
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