Sócio do PCS descartou supostas ‘evidências’ no dia que caso saiu na imprensa, diz técnica presa


Jacqueline Iris Bacellar, cuja assinatura aparece em um dos laudos que atestaram que os doadores de órgãos não tinham HIV, disse aos investigadores que Matheus Bandoli Vieira, sócio do PCS, guardava documentos do laboratório em sua empresa. Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, um dos sócios do PCS Lab Saleme
Reprodução/TV Globo
Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, um dos sócios do laboratório PCS Saleme, investigado por exames errados que levaram à infecção pelo vírus HIV em seis pacientes transplantados, descartou supostas vidências sobre o caso no dia que a imprensa revelou o problema, segundo uma funcionária da empresa.
Essa afirmação foi feita, em depoimento à Polícia Civil, pela técnica em análises clínicas Jacqueline Iris Bacellar de Assis, cuja assinatura aparece em um dos laudos que atestaram que os doadores de órgãos não tinham HIV. Ela foi presa na última terça-feira (15) após se entregar na Delegacia do Consumidor, na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio.
Segundo ela, Matheus arquivava documentos do PCS Saleme na sede de uma outra empresa, a MSTBViera Serviços de Tecnologia Ltda. Jacqueline afirmou aos investigadores que provas sobre o caso investigado podem ser encontradas no local.
“A empresa MSTBViera, que pertence a Matheus Vieira arquiva tudo do laboratório e na sua sede podem ser encontradas supostas evidências, embora a declarante (Jacqueline) tenha ciência que por ordem de Matheus muita coisa foi descartada a partir de sexta-feira”, dizia o depoimento de Jacqueline.
Matheus é filho de outro sócio do laboratório PCS, Walter Vieira, que também está preso. Ele é médico ginecologista e responsável técnico do laboratório, além de ser signatário de um dos laudos errados.
Walter Vieira
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Pai e filho são tio e primo, respectivamente, do deputado federal Doutor Luizinho (PP), que era secretário estadual de saúde do RJ durante o processo de contratação.
O Ministério Público está investigando a contratação do PCS-Saleme pelo governo do estado. Os procuradores querem apurar se houve irregularidade na licitação para contratar o laboratório envolvido em infecção por HIV de transplantados.
PCS emitiu dezenas de falso negativo para HIV, diz MP
O laboratório PCS Lab Saleme, apontado pela Polícia Civil como responsável pelo erro que provocou a infecção por HIV em seis pacientes após o transplante de órgãos infectados, já emitiu dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para HIV, inclusive para crianças.
Presos os quatro investigados ligados ao laboratório PCS Saleme
Reprodução/TV Globo
Essa foi a análise feita pela promotora de justiça Elisa Ramos Pittaro Neves, na representação feita pelo Ministério Público (MP) e enviada à Justiça nesta quinta-feira (17).
“Insta salientar que os investigados e o respectivo laboratório PCS Lab Saleme já emitiram dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para HIV, inclusive em exames de crianças, respondendo a inúmeras ações indenizatórias por danos moral e material”, escreveu a promotora.

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