Van Hattem é criticado por associação após chamar delegado de bandido

O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) diz ser alvo de um inquérito que considera injusto no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Flavio Dino. A investigação teria sido instalada depois de o parlamentar chamar o delegado da Polícia Federal (PF) Fabio Shor de “bandido”.

Em discurso feito no plenário na Câmara dos Deputados em agosto deste ano, Van Hattem defendeu que o delegado produz relatórios “absolutamente fraudulentos” contra alvos como o ex-assessor de Jair Bolsonaro Filipe Martins. “Atentado à democracia é fazer isso aqui, que é policial federal, mas que na verdade está agindo como bandido”, discursou o deputado na ocasião.

O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro, definiu as falas de Van Hattem sobre Fabio Shor como “inaceitáveis” em pronunciamento nesta quinta-feira (17/10).

“A imunidade parlamentar não pode servir de escudo para o cometimento de crime e ataques a um delegado de Polícia Federal com legitimidade em sua atuação de polícia judiciária. Entendemos acertada a decisão do ministro Flavio Dino de determinar a instauração de procedimento investigativo para apurar a conduta do parlamentar”, afirmou.

Deputado e partido criticam Supremo

Nesta semana, o congressista comentou o caso em plenário na terça-feira (15/10) e afirmou que Dino “ultrapassou as fronteiras da imunidade parlamentar”. “Ele disse que eu poderia estar cometendo crime contra a honra ao chamar covarde de covarde e bandido de bandido, porque é isso que um policial federal é ao atuar à margem da lei”, argumentou.

O Partido Novo, do qual o deputado faz parte, prestou solidariedade ao parlamentar e disse que “não se calará diante do fato de um ministro do STF utilizar a Polícia Federal para questionar e intimidar um parlamentar que está cumprindo seu papel constitucional e representando os milhares de eleitores que o escolheram para alertar a população sobre os abusos de poder que vêm ocorrendo no Brasil”.

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