VoePass: aeronaves “aptas” mataram nossos filhos, diz mãe de vítima

A mãe da médica residente Arianne Estevam Risso, morta no acidente da VoePass em 9 de agosto deste ano, Maria de Fátima Albuquerque, afirmou nesta terça-feira (8/10), que aeronaves “aptas” mataram os filhos de diversas famílias.

O avião da VoePass caiu em Vinhedo (SP) em 9 de agosto e, na queda, morreram 58 passageiros e os quatro membros da tripulação.

Maria de Fátima fez a afirmação durante audiência na comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações relacionadas à queda do avião da VoePass.

“Estou aqui para conscientizar, para que isso nunca mais ocorra. Essas aeronaves estão aí há muito tempo, sucateadas. O que me assusta é que a documentação das aeronaves estão em dia. Estão aptas, mas mataram nossos filhos. Não queiram passar por isso. A dor é muito grande”, diz ela.

Ela diz que não pretende realizar retaliação contra a empresa de aviação. “Não queremos vingança, queremos salvar vidas”, frisou.

Adriana Ibba, mãe de Liz Ibba Dos Santos, afirmou na audiência que a morte das 62 pessoas não foi uma fatalidade.

“O que estamos enfrentando hoje não foi um acidente, não foi uma fatalidade. Foi uma tragédia anunciada. Que traz consigo o peso da omissão, negligência e desrespeito pela vida humana”, diz Ibba.

Para a mãe da vítima, a manutenção das aeronaves não estaria sendo feita de maneira adequada. “Quantas vezes essas aeronaves degradadas, sem devida manutenção, levantaram voos sob olhares preocupados e alertas  ignorados?  Quantas vidas poderiam ter sido salvas se a segurança tivesse sido tratada como prioridade e não como algo secundário?”, questionou ela.

Investigação criminal

Antes das mães, também na audiência, o diretor do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF), Carlos Eduardo Palhares Machado, revelou que o órgão irá investigar a rotina de trabalho dos pilotos.

“[A PF vai realizar a] análise das condições do pilotos, se descansaram, se não descansaram, se a rotina estava em desacordo com as regulamentações, se eles foram submetidos a uma carga maior ou estresse de trabalho, isso tudo vai ser analisado”, disse Palhares.

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